🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Abril de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Voto impresso foi aprovado na CCJ em 2019, não recentemente

Por Priscila Pacheco

8 de abril de 2021, 17h37

Não é verdade que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara tenha aprovado recentemente um projeto que institui o voto impresso no Brasil, como alegam publicações nas redes sociais (veja aqui). O placar de votação mencionado, de 33 votos a favor e cinco contrários, foi registrado em uma sessão de dezembro de 2019. A proposta, porém, não avançou na Casa e foi considerada inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no ano passado.

As postagens checadas ganharam força nas redes sociais após a atual presidente da CCJ, deputada Bia Kicis (PSL-DF), realizar na quarta-feira (7) uma transmissão ao vivo em defesa da impressão de um recibo do voto depositado na urna. No Facebook, o conteúdo enganoso reunia ao menos 21.450 compartilhamentos nesta quinta-feira (8) e foi sinalizado como desinformação na ferramenta de verificação da plataforma ‌(‌saiba‌ ‌como‌ ‌funciona‌).


Toma Barroso!!! Enfim uma notícia boa: voto impresso aprovado na CCJ. 33x5

Foi em dezembro de 2019, não recentemente, que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou por 33 votos a cinco a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/2019, que prevê a impressão de um recibo do voto depositado na urna. Na época, o colegiado era presidido pelo deputado Felipe Francischini (PSL-PR).

Após a aprovação, a PEC deveria seguir para análise de uma comissão especial na Câmara, mas até hoje isso não se concretizou. Em março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro solicitou ao presidente da Casa, Arthur Lira, a instalação do colegiado para apreciar o texto.

Judiciário. Em setembro de 2020, o STF (Supremo Tribunal Federal) considerou inconstitucional a impressão de comprovantes de voto ao analisar a minirreforma eleitoral aprovada em 2015 pelo Congresso Nacional.

À época, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e contrário à medida, ressaltou que as urnas eletrônicas não apresentam indícios de fraude. Em junho de 2018, a corte já havia barrado provisoriamente a regra por entender que ela coloca em risco o sigilo e a liberdade do voto, contrariando a Constituição.

Na noite desta quarta-feira (7), a deputada Bia Kicis (PSL-DF) fez uma live para defender a impressão de votos em que repetiu argumentos já desmentidos sobre supostas brechas que permitiriam fraudes no sistema eletrônico de votação. Além de as urnas contarem com mecanismos de segurança, é possível fazer recontagem de votos sem identificar o eleitor.

Esta peça de desinformação também foi checada pelo Estadão Verifica.

Referências:

1. Câmara de Deputados
2. TSE (Fontes 1 e 2)
3. STF
4. Metrópoles (Fontes 1 e 2)
5. Agência Brasil
6. UOL
7. Estadão Verifica


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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