Não é verdade que o general Eduardo Villas Bôas, assessor do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), publicou um tweet no qual afirma que a alta cúpula militar iria se reunir para definir ações das Forças Armadas para garantir a estabilidade no país. A publicação, que passou a circular após o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir que réus só devem ser presos quando esgotados todos os recursos, foi postada por uma conta que não pertence ao general e que já foi apagada. Além de não ter o selo de verificação, ela tinha uma grafia enganosa: no lugar de Villas, estava escrito ViIIas, com “i” maiúsculo.
A imagem do tweet enganoso foi disseminada no Facebook, onde acumulava ao menos 3.000 compartilhamentos até a tarde desta sexta-feira (8). Todas as postagens enganosas foram marcadas com o selo FALSO pelo Aos Fatos na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).
O tweet acima foi publicado logo após o STF decidir, na noite de ontem, que a prisão de réus só pode ocorrer quando encerrados todos os recursos. A conta @Gen_VillasBoas, no entanto, não pertence ao general Eduardo Villas Bôas. Diferentemente do perfil oficial do ex-comandante do Exército Brasileiro, ela não tem o selo de verificação do Twitter e usa uma grafia enganosa, uma vez que substitui um dos “L” de “Villas” pela letra “i” maiúscula.
Após publicar a mensagem, a conta foi apagada, mas, por meio da ferramenta Wayback Machine, é possível ver que, ao passar o mouse sobre a @, o mesmo perfil era identificado no passado como @Ping4_.
Já a conta oficial do general Villas Bôas não publica nenhuma informação desde o dia 16 de outubro.
Histórico. Em abril de 2018, Villas Bôas publicou um tweet muito semelhante ao que foi postado pela conta falsa ontem. Na época, o STF julgava um habeas corpus preventivo para o ex-presidente Lula, e Villas Bôas tweetou “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”. Não havia. em seu tweet original, portanto, a menção a uma reunião da “alta cúpula militar” ou que as Forças Armadas iriam “assegurar a estabilidade” do Brasil.
A Agência Lupa e o Estadão Verifica realizaram checagens semelhantes sobre o mesmo tweet.