Vídeos de março de 2015 em que artistas convidam a população para manifestações pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) circulam em postagens recentes nas redes como se fossem convocatórias para os atos bolsonaristas de 7 de Setembro (veja aqui). As gravações foram divulgadas originalmente pelo movimento Vem Pra Rua e mostram personalidades como o músico Paulo Ricardo e o ator Caio Castro.
Uma coletânea com esses vídeos vem sendo publicada por perfis pessoais no Facebook desde meados de agosto, reunindo ao menos 6.000 compartilhamentos até a tarde desta quinta-feira (2). As publicações enganosas foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da plataforma (saiba como funciona).
Uma coletânea de vídeos em que artistas chamam as pessoas para protestar nas ruas contra a corrupção, entre outros temas, vem sendo utilizada nas redes sociais como se fossem convocações para os atos bolsonaristas previstos para o 7 de setembro, o que é falso. As gravações foram feitas em 2015, a pedido do movimento político Vem Pra Rua, no contexto das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Entre os dias 10 e 13 de março de 2015 (veja abaixo), o site do movimento divulgou, individualmente, vídeos de personalidades chamando para os protestos anti-Dilma, entre eles os artistas Paulo Ricardo, Christine Fernandes, Marcelo Serrado, Caio Castro, Márcio Garcia, Alessandra Maestrini, Kadu Moliterno e Malvino Salvador. A mesma coletânea de oito vídeos usada nas peças de desinformação recentes foi editada pela página Parada Hétero Brasil e publicada no dia 13 de agosto daquele ano.
Aos Fatos também pesquisou se os artistas que aparecem na coletânea gravaram convocatórias semelhantes para o 7 de setembro em suas redes sociais. Nenhum deles publicou algo parecido. Alguns deles, como Marcelo Serrado e Alessandra Maestrini, são críticos do atual governo.
Não é a primeira vez que esses vídeos são usados em peças de desinformação pró-Bolsonaro. Em março de 2020, a mesma coletânea circulou nas redes como se mostrasse o apoio do setor cultural aos atos governistas marcados para aquele mês e foi checada por Aos Fatos.