Vídeos de galinhas e porcos sendo roubados foram gravados na Colômbia, não na Argentina

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Vídeos que mostram porcos e galinhas sendo roubados de fazendas foram gravados na Colômbia, não na Argentina, como alegam postagens nas redes sociais (veja aqui). As gravações foram feitas no início do mês no estado de Cauca e os saques teriam ocorrido após a disseminação de boatos de que os animais seriam doados.

Publicações com o conteúdo enganoso somavam ao menos 1.852 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta segunda-feira (17) e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (veja como funciona).


VEJAM O QUE FAZ A FOME. Avicultores, suinocultores são atacados na Argentina, pela população faminta. Nenhum negócio mais está seguro ali. Deixaram a ESQUERDALHA MALDITA voltar ao poder. E a Argentina já é o sétimo país do mundo em miséria. O primeiro lugar está com a Venezuela. Mas a Argentina está na briga pelo primeiro lugar. A disputa será acirrada, porque ambos abraçaram o SOCIALISMO MALDITO

É falso que os vídeos mostrem saques a avicultores e suinocultores na Argentina. As gravações foram feitas na Colômbia e são trechos de reportagens de sites de notícias locais sobre roubos de animais em meio aos protestos naquele país. As reportagens veiculadas no site Super Notícias del Valle foram feitas nas cidades de Miranda e Puerto Tejada, no estado de Cauca, próximo à Cali.

Segundo trabalhadores de uma granja em Puerto Tejada, entrevistados em um dos vídeos, um boato de que a empresa estaria doando os animais teria se espalhado e feito com que as pessoas se deslocassem até o local. O motivo seria a escassez de alimentos como carne de frango e suína em diversas regiões da Colômbia devido aos protestos.

Já os porcos foram saqueados de um criadouro em Miranda, 25 km a leste de Puerto Tejada. Cerca de 600 pessoas invadiram o local e roubaram mais de 200 animais. As reportagens mostram os porcos sendo arrastados por pessoas em motos (veja abaixo).

Granjas de outros municípios do estado de Cauca também foram saqueadas, assim como postos de gasolina em Cali.

Miséria. As postagens também afirmam que, em um ranking de miséria, a Venezuela estaria em primeiro lugar e a Argentina em sétimo, sem informar qualquer origem das informações. De fato, num ranking anual compilado pelo economista Steve Hanke, da Universidade Johns Hopkins, os dois países ocupam essas posições. Entretanto, o próprio pesquisador alerta que o indicador não serve para análises estruturais, e sim de curto prazo. O ranking é elaborado com uma fórmula que calcula desemprego, inflação e taxa de empréstimos bancários menos a alteração percentual no PIB per capita.

Índices de pobreza, educação e saúde, que constam em outros indicadores, como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas) não são levados em conta pelo economista. Em 2019, por exemplo, no ranking mundial de IDH a Venezuela ocupava o 113º lugar e a Argentina ficou em 46º, e para efeito de comparação, o Brasil ficou em 84º.

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