Vídeo mostra veículos incendiados pela PF em operação contra garimpo ilegal, não ação do MST

Não é verdade que um vídeo viral mostra veículos de fazendeiros incendiados por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), como alegam publicações nas redes. As peças de desinformação que trazem a alegação enganosa usam imagens de uma ação contra o garimpo ilegal ocorrida na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, em dezembro de 2021.

O vídeo enganoso acumula 50 mil visualizações no TikTok, 20 mil visualizações no Kwai e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (17). A peça de desinformação também circula no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).

MST incendeia carro de fazendeiros a produção de alimentos no mundo por um grupo de vagabundos. Esses bandidos precisam ser parados urgentemente.

Publicações nas redes enganam ao afirmar que um vídeo mostraria veículos de agricultores incendiados por militantes do MST. Por meio de busca reversa, Aos Fatos identificou que as imagens foram publicadas originalmente em dezembro de 2021 no TikTok. O post trazia a legenda “garimpeiros sofrem nas mãos da Polícia Federal”.

@reporterdageral Garimpeiros sofrem nas mãos da Polícia Federal. #amazonia #fogo #operacaopolicial ♬ som original - Reporter da Geral

As imagens são semelhantes às divulgadas na mesma época pelo Jornal de Roraima em reportagem sobre uma operação contra o garimpo ilegal no território Yanomami (veja exemplo abaixo). De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a ação começou em agosto daquele ano e tinha apreendido até aquele momento 17 veículos, dez balsas, seis embarcações e 30 mil quilos de minério, além de combustível e munição.

Veículo incendiado. Imagem que aparece no vídeo da peça de desinformação (à dir.) é a mesma que foi veiculada em reportagem sobre ação contra o garimpo em dezembro de 2021 (à esq.)

Essa peça de desinformação também foi desmentida pela AFP Checamos.

Referências:

1. TikTok (@reporterdageral)
2. Globoplay
3. Ministério da Justiça e Segurança Pública