Não é verdade que um vídeo mostra um encontro de criminosos armados no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, como afirmam publicações que circulam nas redes. Os registros compartilhados pelas peças desinformativas são encenados e mostram, na verdade, cenas da série televisiva Arcanjo Renegado, produzida pela AfroReggae Audiovisual para o Globoplay.
Posts que disseminam o vídeo fora de contexto reúnem cerca de 2.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta segunda-feira (12). O conteúdo também circula no Telegram.
Favela da Maré, RJ Estão se unindo como Exército … Brasil sem lei. Os bandidos tomaram conta do poder, eis o resultado. Bandidos armados. Um verdadeiro exército. Faz o L
Registros da gravação de uma série de TV no Complexo da Maré têm sido compartilhados nas redes fora de contexto para sugerir que criminosos teriam tomado as ruas da comunidade carioca. Contatados pelo Aos Fatos, tanto a PMERJ (Polícia Militar do Rio de Janeiro) quanto a produtora AfroReggae Audiovisual, responsável pelo projeto, afirmaram que o conteúdo é encenado e foi produzido para a terceira temporada da série Arcanjo Renegado, do Globoplay.
Indícios presentes no vídeo (veja abaixo) também sinalizam que se trata de uma produção audiovisual. É possível perceber, por exemplo, a presença de profissionais da equipe de filmagem segurando câmeras. Em nota ao Aos Fatos, a AfroReggae também apontou que é possível ver pessoas usando uma camisa preta com duas asas desenhadas nas costas, estampa oficial da série.
Encenação. Presença da equipe de filmagem e de profissionais com camisa com estampa oficial da série reforçam que vídeo é encenado.
Algumas versões da peça de desinformação relacionam as cenas mostradas no vídeo com a visita do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), ao Complexo da Maré em março deste ano. O evento suscitou uma onda de conteúdos desinformativos que sugeriam que haveria um suposto acordo entre o governo Lula (PT) e facções criminosas.
Esta não é a primeira vez que usuários compartilham como se fossem reais registros de gravações de séries de TV. O Aos Fatos já desmentiu peças desinformativas que faziam alegações similares em fevereiro e março deste ano.
O Fato ou Fake também desmentiu as publicações enganosas.