É falso que um vídeo que mostra presos decapitados no pátio de uma penitenciária tenha sido gravado recentemente no Rio Grande do Norte, como afirmam publicações que circulam nas redes. As imagens violentas foram registradas em janeiro de 2017, durante uma rebelião ocorrida no Amazonas. Na época, integrantes da facção criminosa Família do Norte executaram rivais do PCC.
As publicações enganosas acumulavam centenas de curtidas no Instagram até a tarde desta segunda-feira (27). O conteúdo também tem sido disseminado em grupos no Telegram e no WhatsApp, plataforma em que não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Situação no Rio Grande do Norte continua tensa. As facções cobram da governadora petista Fátima Bezerra os acordos feitos na época da eleição para apoiar ela e o Lula. Como não cumpriu, o resultado é esse. Mais pessoas vão morrer e mais ônibus serão incendiados. Fazer acordos com o diabo: o resultado é esse. Faz o L.
Um vídeo que mostra presos executados no pátio de um presídio tem sido compartilhado nas redes como se mostrasse a situação atual do sistema penitenciário do Rio Grande do Norte. A gravação vem acompanhada de uma legenda que sugere que os ataques seriam uma cobrança das facções à governadora Fátima Bezerra pelos “acordos feitos na época da eleição”. As imagens, no entanto, foram gravadas em janeiro de 2017 no Amazonas, quando o governador era José Melo (Pros).
Elementos presentes na própria gravação atestam que o vídeo foi registrado no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus:
- No vídeo, aparece um cartaz com a sigla FDN, que significa Família do Norte, nome de uma facção criminosa amazonense;
- As imagens foram gravadas em uma quadra de futebol. As cores e os brasões que aparecem no vídeo são idênticos aos do pátio do Compaj (veja foto abaixo).
Por meio de busca reversa, Aos Fatos identificou que o mesmo vídeo foi publicado no Flickr no dia 8 de janeiro de 2017. Naquela época, presos ligados à facção Família do Norte realizaram uma rebelião no Compaj e mataram 56 pessoas associadas ao PCC.
É fato, no entanto, que o Rio Grande do Norte tem sofrido com uma onda de violência há mais de 10 dias. Segundo informações oficiais, foram registrados, até o último sábado (25), 298 ataques, como incêndios a veículos e depredação de prédios públicos. Os atentados estão sendo comandados pela facção Sindicato do Crime, que demanda melhores condições aos presos do estado. Até o momento, 187 pessoas foram presas.