🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Fevereiro de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Vídeo que mostra policiais mortos foi gravado na Colômbia, não no Chile

Por Luiz Fernando Menezes

10 de fevereiro de 2022, 15h50

Não é verdade que um vídeo que mostra dois policiais mortos a tiros tenha sido gravado no Chile e seja resultado de uma política de desarmamento das forças de segurança naquele país, como alegam nas redes (veja aqui). As imagens foram registradas em janeiro na Colômbia e o governo chileno não adotou medidas para tirar armas da polícia.

Publicações com a atribuição enganosa do vídeo têm sido compartilhadas principalmente no Telegram, no WhatsApp e na Gettr (fale com a Fátima). No Facebook, as postagens reuniam centenas de compartilhamentos nesta quinta-feira (10).


Selo falso

Vídeo mostra policiais mortos em Lejanías, na Colômbia

Um vídeo em que dois policiais aparecem mortos e ensanguentados circula nas redes sociais com a alegação falsa de que foi gravado no Chile, como resultado de um suposto desarmamento da polícia pelo governo, mas isso é falso. As cenas foram registradas na Colômbia, na cidade de Lejanías, em janeiro deste ano. Reportagens publicadas pela imprensa local (aqui e aqui) mostram o mesmo momento, de outros ângulos.

Outros indícios de que o vídeo foi gravado na Colômbia são o brasão no uniforme dos agentes, como o da Polícia Nacional colombiana, e a placa da motocicleta que aparece no começo do vídeo, que tem as mesmas cores das placas utilizadas no país. (veja abaixo).

Brasão e placa de moto indicam que vídeo foi gravado na Colômbia

De acordo com a imprensa local, os policiais Hermes Mora e José Garrido foram baleados pelas costas enquanto patrulhavam o parque de Lejanías. Segundo a polícia, os assassinos seriam de um grupo de dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Os autores do crime não foram encontrados até o momento, e a polícia oferece recompensa equivalente a R$ 267 mil.

As publicações afirmam ainda que a morte dos policiais seria um dos “primeiros resultados do desarmamento” proposto pelo novo governo chileno, mas o presidente eleito, Gabriel Boric, só assume em março. Aos Fatos não encontrou nenhuma informação de que o próximo mandatário pretende desarmar os policiais, seja na imprensa chilena ou na lista de propostas apresentada pelo candidato eleito.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Constituinte chilena aprovou, em agosto de 2021, uma proposta para substituir os carabineros (equivalente à polícia militar) por uma força de segurança desmilitarizada. Essa medida, entretanto, ainda não foi aprovada nem prevê a proibição do uso de armas por policiais. A nova constituição ainda não foi votada — o prazo final é 5 de julho de 2022.

Referências:

1. El Espectador
2. TDI Colombia
3. El Tiempo
4. Semana
5. G1
6. Boric Presidente
7. CNN Chile
8. Convenção Constitucional do Chile


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Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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