Vídeo que mostra policiais mortos foi gravado na Colômbia, não no Chile

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Não é verdade que um vídeo que mostra dois policiais mortos a tiros tenha sido gravado no Chile e seja resultado de uma política de desarmamento das forças de segurança naquele país, como alegam nas redes (veja aqui). As imagens foram registradas em janeiro na Colômbia e o governo chileno não adotou medidas para tirar armas da polícia.

Publicações com a atribuição enganosa do vídeo têm sido compartilhadas principalmente no Telegram, no WhatsApp e na Gettr (fale com a Fátima). No Facebook, as postagens reuniam centenas de compartilhamentos nesta quinta-feira (10).


Selo falso

Vídeo mostra policiais mortos em Lejanías, na Colômbia

Um vídeo em que dois policiais aparecem mortos e ensanguentados circula nas redes sociais com a alegação falsa de que foi gravado no Chile, como resultado de um suposto desarmamento da polícia pelo governo, mas isso é falso. As cenas foram registradas na Colômbia, na cidade de Lejanías, em janeiro deste ano. Reportagens publicadas pela imprensa local (aqui e aqui) mostram o mesmo momento, de outros ângulos.

Outros indícios de que o vídeo foi gravado na Colômbia são o brasão no uniforme dos agentes, como o da Polícia Nacional colombiana, e a placa da motocicleta que aparece no começo do vídeo, que tem as mesmas cores das placas utilizadas no país. (veja abaixo).

Brasão e placa de moto indicam que vídeo foi gravado na Colômbia

De acordo com a imprensa local, os policiais Hermes Mora e José Garrido foram baleados pelas costas enquanto patrulhavam o parque de Lejanías. Segundo a polícia, os assassinos seriam de um grupo de dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Os autores do crime não foram encontrados até o momento, e a polícia oferece recompensa equivalente a R$ 267 mil.

As publicações afirmam ainda que a morte dos policiais seria um dos “primeiros resultados do desarmamento” proposto pelo novo governo chileno, mas o presidente eleito, Gabriel Boric, só assume em março. Aos Fatos não encontrou nenhuma informação de que o próximo mandatário pretende desarmar os policiais, seja na imprensa chilena ou na lista de propostas apresentada pelo candidato eleito.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Constituinte chilena aprovou, em agosto de 2021, uma proposta para substituir os carabineros (equivalente à polícia militar) por uma força de segurança desmilitarizada. Essa medida, entretanto, ainda não foi aprovada nem prevê a proibição do uso de armas por policiais. A nova constituição ainda não foi votada — o prazo final é 5 de julho de 2022.


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