Não é verdade que um vídeo que circula nas redes sociais mostre que uma urna adulterada era transportada em uma caminhonete particular de um “cabo eleitoral” do candidato à Prefeitura de Fortaleza José Sarto (PDT). De acordo com o TRE-CE (Tribunal Regional Eleitoral do Ceará), o equipamento era uma urna de contingência que estava sendo levada a uma seção da Escola César Campelo, em Fortaleza (CE), para substituir outra máquina que apresentou defeito.
O vídeo com a falsa acusação tem viralizado em diversas redes sociais. Só no Facebook, uma postagem feita às 15h deste domingo (29) acumulava mais de 500 compartilhamentos em menos de duas horas de publicação. Todas foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (veja como funciona).
Um vídeo que mostra uma urna eletrônica dentro de uma caminhonete vem sendo compartilhado nas redes sociais como se fosse prova de uma fraude eleitoral em Fortaleza. Segundo as publicações, o equipamento seria adulterado e estaria em um carro particular de um cabo eleitoral do candidato à prefeitura José Sarto (PDT). Por mais que a cena tenha sido gravada na manhã deste domingo (29) na capital cearense, ela não mostra nenhuma irregularidade, muito menos prova a existência de uma “máfia das urnas adulteradas”.
Em nota enviada ao Aos Fatos, o TRE-CE (Tribunal Regional Eleitoral do Ceará) explicou que o equipamento que aparece nas imagens é uma urna de contingência oficial que estava sendo entregue por uma caminhonete do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), a serviço da Justiça Eleitoral. Ainda segundo a assessoria do tribunal, o homem que estava no carro era um servidor da equipe de apoio na Escola César Campelo, não “um cabo eleitoral de José Sarto”, como afirma a peça de desinformação.
As próprias imagens do vídeo mostram que a urna eletrônica em questão era um equipamento de contingência das eleições de 2020 de Fortaleza. Conforme explicado no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), essas máquinas são preparadas para substituir urnas que apresentarem defeitos durante a votação. “No ato da substituição, o flash card e o disquete de votação são transferidos da urna com defeito para essa urna, havendo dessa forma uma migração dos votos já registrados para a urna de contingência que é lacrada e passa a ser a urna da seção”, afirma.
Segundo a ata redigida pelos mesários da seção, um tumulto foi causado às 11h deste domingo por uma eleitora que acreditava que a urna estaria sendo trocada para retirar os votos já registrados e começou a filmar a cena. A Polícia Civil afirmou ao Aos Fatos não ter registrado nenhuma ocorrência sobre o ocorrido.
Este não foi o único caso de substituição de urnas eletrônicas em Fortaleza. De acordo com o TRE-CE, 42 equipamentos foram trocados durante o segundo turno.
Referências:
1. TSE