Vídeo mostra simulação de fraude em urna diferente da usada no Brasil

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Postagens nas redes sociais enganam ao relacionar a urna eletrônica brasileira a uma reportagem em vídeo que mostra uma simulação de fraude em um modelo de urna eletrônica usado nos Estados Unidos (veja aqui). Caso uma tentativa de invasão semelhante fosse feita na urna eletrônica brasileira, o mecanismo de assinaturas digitais, feito para impedir a instalação de software maliciosos, faria com que o equipamento parasse de funcionar antes de a ação ser completada.

As postagens enganosas contam com ao menos 10.100 compartilhamentos no Facebook nesta segunda-feira (1).


Selo não é bem assim

.Atenção! Professor americano faz demonstração de possíveis fraudes nas urna ! A urna brasileira eh a única inviolável é inquestionável !

Postagem usa trecho de reportagem sobre teste fraude nos EUA para insinuar que urnas não são seguras no Brasil

Postagens enganam ao associar às urnas eletrônicas brasileiras um vídeo que mostra um equipamento de votação norte-americano sendo fraudado. A tecnologia utilizada no Brasil é diferente, e um tipo semelhante de fraude seria impedido por mecanismos de segurança instalados na urna eletrônica.

A reportagem original foi veiculada no canal RedeTV em 2019 e se refere às urnas eletrônicas da Election Systems & Software, principal fabricante de equipamentos digitais de votação nos Estados Unidos. O vídeo mostra que a empresa havia mudado de opinião sobre o voto eletrônico e defendia a impressão de comprovantes em papel. Também é mostrado um teste em que o resultado de uma votação hipotética é alterado por um software malicioso.

A Election Systems informou em nota ao Aos Fatos que não fornece equipamentos para o Brasil. Nas urnas nacionais, cujo modelo atual é fabricado pela Positivo, uma tentativa de invasão para alterar o software inserido seria interrompida pelo mecanismo de assinaturas digitais dos programas utilizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As urnas eletrônicas conferem os códigos e não funcionam em caso de inconsistência nos arquivos inseridos. Os programas das urnas são assinados digitalmente por diversas autoridades, em uma cerimônia pública.

Nesse evento, os programas das urnas são compilados e, depois, lacrados, em um procedimento matemático que blinda todo o conjunto de sistemas e garante que não houve adulteração. As assinaturas digitais inseridas são desenvolvidas pelo próprio TSE e inseridas em tudo o que entra e sai da urna. Esse é o principal mecanismo de segurança do sistema, pois o equipamento é bloqueado caso seja inserido nela algo não assinado na cerimônia, como um software malicioso.

As entidades fiscalizadoras podem checar se há adulteração dos programas por meio dos resumos digitais, conhecidos como hashes. O conteúdo deles fica disponível para qualquer pessoa no site do tribunal eleitoral. Além disso, o TSE conta com salas-cofre para proteger os equipamentos de votação: uma é ocupada pela central de dados e outra mantém o código-fonte dos sistemas eleitorais, já lacrado. Essas salas são monitoradas 24 horas por dia e o acesso a elas é controlado por biometria.

As urnas são carregadas e lacradas nas sedes dos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) nos 26 estados e no Distrito Federal, em cartórios eleitorais e em pólos de logística. As urnas eletrônicas são protegidas por lacres físicos fabricados pela Casa da Moeda. A auditoria eletrônica pode ser feita pelo RDV (Registro Digital do Voto), que tem a função de recuperar os votos para recontagem eletrônica, e pelo log, que registra cronologicamente todas as ações da máquina.

No dia da eleição, ainda é realizado um teste de integridade das urnas com o objetivo de avaliar a segurança na captação e contagem do voto. Por fim, os boletins de urna impressos também ajudam partidos políticos e entidades fiscalizadores a aferir se a totalização apresentada no site do TSE corresponde à apurada pelos equipamentos.


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