É falso que um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que uma idosa acusada de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro é libertada da prisão. A gravação exibe a chegada de Ilda Santos, de 90 anos, a uma unidade prisional do Distrito Federal para rezar. Ela não foi presa, de acordo com a igreja evangélica da missionária e com as listas de detidos da Seape (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do DF).
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 6.000 compartilhamentos no Facebook, centenas de curtidas no Instagram e 30 mil visualizações no Tik Tok nesta quarta-feira (8). As peças desinformativas também circulam no Telegram.
Momento da saída da idosa de 90 anos [Ilda Santos] que ficou 60 dias no presídio da Papuda, acusada de atos terroristas.
Um vídeo que mostra a missionária Ilda Santos sendo abraçada por diversas mulheres tem circulado nas redes fora de contexto para sugerir que a idosa teria sido libertada após permanecer presa por 60 dias em decorrência dos atos golpistas de 8 de janeiro. As imagens, publicadas originalmente no Instagram na última sexta-feira (3), mostram Santos chegando ao Cime (Centro Integrado de Monitoração Eletrônica), unidade penal no DF, para rezar.
Diferentemente do que sugerem as peças desinformativas, a religiosa nunca foi detida. Seu nome não aparece em nenhuma das listas da Seape de pessoas presas ou liberadas mediante monitoramento por tornozeleira eletrônica em função do 8 de janeiro. A Assembleia de Deus Ceilândia Norte, grupo religioso do qual a missionária faz parte, também negou ao Aos Fatos que ela tenha sido presa.
No sábado, a autora da gravação que tem sido tirada de contexto afirmou em seu perfil no Instagram que sua filmagem estava sendo usada para disseminar desinformação. “Ilda foi até o Cime ontem e estão alegando que ela estava sendo liberada. Não, ela não foi liberada, até porque ela não estava presa. Ela não foi detida. Ela nunca esteve nas movimentações. Quando ela ia para o QG [Quartel General do Exército] era apenas para um processo de intercessão”.
Santos, que era regularmente vista rezando em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília na época em que manifestantes golpistas acampavam no local, já foi alvo de desinformação anteriormente. Em janeiro, Aos Fatos desmentiu um boato de que o presidente Lula teria matado a missionária. No mesmo dia em que a mentira foi difundida nas redes, Santos gravou um vídeo para dizer que estava bem.