Não é verdade que um vídeo viral mostra um homem ateando fogo a um canavial no interior de São Paulo em meio à onda recente de incêndios, como alegam publicações nas redes. Apesar de o registro ser real, a gravação é de 2020 e foi feita em Mato Grosso, não em São Paulo.
Publicações nas redes com o conteúdo enganoso acumulavam 6,7 mil curtidas no Instagram até a tarde desta segunda-feira (26).
Esses fascistas do interior de São Paulo estavam pensando o que? Que iam colocar fogo nos canaviais e que os satélites não iam detectar que foi simultaneamente ao mesmo tempo?
Não é recente e não tem relação com as queimadas no interior de São Paulo um vídeo que mostra um homem em um trator ateando fogo a uma pastagem.
Publicações nas redes enganam ao alegar que as imagens registram uma queimada criminosa em um canavial em São Paulo, tentando fazer crer que o vídeo tem relação com as queimadas recentes no estado.
O vídeo é real, mas mostra um incêndio provocado por um tratorista em uma pastagem localizada em Mato Grosso — e não no interior de São Paulo.
As imagens circulam nas redes ao menos desde 4 de setembro de 2020. À época, a Sema (Secretaria de Meio Ambiente) de Mato Grosso abriu uma investigação para tentar identificar o homem. Aos Fatos entrou em contato com a secretaria para buscar mais informações sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação.
Queimadas. O interior de São Paulo foi atingido por uma onda de queimadas na última semana. Ao menos 48 cidades estão em alerta máximo. Ribeirão Preto foi o município mais atingido.
Três mortes foram confirmadas e mais de 800 pessoas tiveram que deixar suas casas devido à fumaça e fuligem. Os governos federal e estadual se mobilizaram em forças-tarefa para controlar as queimadas e investigar possíveis ações coordenadas.
O caminho da checagem
Aos Fatos fez uma busca reversa das imagens usadas nas peças desinformativas e identificou que o vídeo que mostra um homem ateando fogo em uma propriedade circula nas redes ao menos desde 4 de setembro de 2020.
Além disso, a reportagem identificou que o registro foi feito em Mato Grosso, e não em um canavial no interior de São Paulo, como alegam publicações enganosas.
Aos Fatos entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso em busca de mais informações sobre a gravação, mas ainda não obteve retorno.