Não é verdade que houve uma queima de fogos de artifício na Casa Rosada, sede do governo da Argentina, após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas. O registro original foi gravado em dezembro de 2019, na posse de Alberto Fernández, eleito presidente naquele ano, e não tem qualquer relação com Trump.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 2.000 curtidas no Instagram até a tarde desta sexta-feira (8), 10 mil visualizações no TikTok e também circulam no Telegram.
Vitória de Trump é comemorada com clima de festa e fogos na Casa Rosada, na Argentina
Foi gravado em dezembro de 2019 e não tem qualquer relação com a recente eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos um vídeo que mostra uma queima de fogos de artifício na Casa Rosada, sede do governo argentino. O show pirotécnico aconteceu em celebração à posse de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, eleitos presidente e vice-presidente da Argentina naquele ano.
Em uma busca reversa, o Aos Fatos identificou a versão original do vídeo, publicada no YouTube no dia 11 de dezembro de 2019. No título, a publicação informa que a queima de fogos de artifício aconteceu no dia anterior, durante a posse de Fernández e Kirchner (veja abaixo), que também foi divulgada pela imprensa (veja aqui e aqui).
Javier Milei, atual presidente da Argentina, é entusiasta de Trump e felicitou-o pela vitória, mas com publicações nas redes sociais e não com um show pirotécnico na sede do governo (veja aqui, aqui, aqui e aqui).
Donald Trump venceu a democrata Kamala Harris na disputa pela Casa Branca. As eleições foram encerradas na última terça-feira (5), e a vitória de Trump foi anunciada no dia seguinte. Até o momento, o republicano conquistou 301 delegados dos 538 votos em disputa — eram necessários 270.
Essa peça de desinformação também foi verificada pela AFP e pela Reuters.
O caminho da apuração
Aos Fatos fez uma busca reversa por imagens e identificou que o vídeo usado pelas peças enganosas foi gravado no dia 10 de dezembro de 2019, durante a posse de Alberto Fernández e Cristina Kirchner como presidente e vice-presidente da Argentina. Também buscamos notícias na imprensa para contextualizar a verificação.