Não foi registrado durante um ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no sábado (1º), véspera do primeiro turno das eleições gerais, o vídeo que mostra centenas de pessoas cantando o Hino Nacional na praça do Mercado, em Lisboa, como afirmam postagens (veja aqui). As peças de desinformação usam uma gravação realizada no 7 de Setembro deste ano, durante as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.
O vídeo com o falso contexto acumulava mais de 9.000 compartilhamentos no Twitter e 23 mil visualizações no Telegram até a tarde deste domingo (2).
Meu amigo acabou de me mandar. Isso é Portugal agora a noite [1/10]. Lindo!
Um vídeo que mostra centenas de pessoas cantando o Hino Nacional na praça do Mercado, em Lisboa, não foi gravado na noite de 1º de outubro, véspera das eleições brasileiras, como afirmam postagens.. Embora o Aos Fatos não tenha identificado a publicação original, outros vídeos divulgados nas redes permitem afirmar que a gravação foi feita no dia 7 de Setembro deste ano.
Um registro publicado por uma usuária do Twitter naquela noite, por exemplo, mostra as mesmas pessoas, com as mesmas roupas e a mesma disposição na aglomeração (veja comparação abaixo). Imagens semelhantes também aparecem em uma transmissão do mesmo evento que está disponível no YouTube.
Lisboa. Gravações da peça de desinformação (à esq.) e de vídeo no YouTube (à dir.) mostram as mesmas pessoas
Outro indício de que o registro foi feito durante as comemorações do 7 de Setembro está na imagem em que um homem levanta um cartaz com os dizeres “Bolsonaro 22!!! 7 setembro 22 - 200 anos”. Uma cena idêntica foi publicada pelo UOL em uma reportagem sobre a manifestação em Lisboa ocorrida no dia em que se comemora a independência do Brasil (veja abaixo).
Cartaz. Texto presente em cartaz data a manifestação do vídeo (Reprodução/Twitter)
Naquela data, a comemoração do bicentenário da independência do Brasil teve atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) em vários locais do Brasil e do mundo.
Neste fim de semana, o Aos Fatos se uniu às iniciativas de checagem AFP Checamos, Boatos.org, Comprova, E-Farsas, Fato ou Fake e Lupa para verificar em conjunto a desinformação sobre as eleições.
