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Vídeo em que homem agride padre não foi gravado na França, mas na Guiana

Por Luiz Fernando Menezes

19 de julho de 2022, 18h23

O vídeo que mostra um homem agredindo um padre e roubando itens de uma igreja não foi gravado na França, como dizem publicações nas redes sociais (veja aqui). O registro, na verdade, foi feito na Guiana em 2020 e mostra, segundo a imprensa local, um homem com problemas psiquiátricos que foi preso após a invasão.

O vídeo descontextualizado conta com ao menos 5.000 retweets e centenas de compartilhamentos no Facebook nesta terça-feira (19).


Selo falso

Foi na França, mas, pela postura de militantes de esquerda que trabalham por Lula, pode ser aqui muito em breve… Pelo bem do Brasil: Bolsonaro!

Posts usam vídeo antigo feito na Guiana para sugerir que agressão a padre ocorreu na França após esquerda assumir o poder

Publicações enganam ao dizer que a cena em que um homem negro sem camisa interrompe uma missa e agride um padre foi registrada recentemente na França. A gravação, na verdade, aconteceu em Georgetown, capital da Guiana, em novembro de 2020. Segundo a imprensa local, o agressor tinha problemas psiquiátricos e roubou itens do padre e da igreja.

O caso, que repercutiu em sites católicos em todo o mundo, ocorreu na Catedral da Imaculada Conceição de Brickdam. O agressor levou um anel do sacerdote, o bispo Francis Alleyne, e um exemplar da Bíblia, e foi preso logo depois.

Esse mesmo vídeo circulou de forma descontextualizada nas redes sociais das Ilhas Canárias em uma onda de desinformação xenófoba. Segundo o El País, a gravação estava sendo compartilhada para sugerir que se tratava de uma consequência da imigração ilegal ao local, um arquipélago espanhol situado ao oeste da costa do Marrocos.

A peça de desinformação foi impulsionada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na noite de segunda-feira (18) para sugerir que a ação estaria relacionada a uma suposta ascensão da esquerda na França, o que poderia ser replicado no Brasil. O Aos Fatos entrou em contato com o gabinete do parlamentar, que não respondeu até a publicação desta checagem.

Referências:

1. Catholic Media Guiana
2. Demerara Waves
3. Church Pop
4. News Source
5. El País


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