Um vídeo que mostra um grupo de pessoas depredando orelhões em rua do centro de São Paulo na greve geral de 28 de abril de 2017 tem sido compartilhado nas redes sociais nos últimos dias como se tivesse sido gravado durante a greve geral desta sexta-feira (14) (veja aqui).
No Facebook, publicações que trazem as imagens sem indicar data e contexto corretos já acumulam mais de 92 mil compartilhamentos nesta segunda-feira (17). Os posts foram marcados com o selo DISTORCIDO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).
Confira abaixo, em detalhes, o que checamos.
E ASSIM SEGUE A GREVE DOS CIDADÃOS DE BEM
Enquanto trabalhadores seguem para trabalhar, alguns grevistas pararam para telefonar…
Ao contrário do que sugerem publicações no Facebook, o vídeo com as cenas de depredação não foi gravado na última sexta-feira, mas em 28 de abril de 2017, data da greve geral convocada contra a reforma trabalhista proposta pelo governo de Michel Temer (MDB).
Na época, as mesmas imagens foram veiculadas em reportagem do Jornal da Band (a partir dos 12 segundos) e também foram publicadas no YouTube por um perfil pessoal no dia dos protestos:
A filmagem mostraria parte de uma onda de depredação paralela às manifestações, que foram pacíficas, segundo relatou a Folha de S.Paulo. Além de destruírem orelhões, os vândalos arremessaram pedras contra as fachadas de prédios e danificaram bancas de jornais, forçando o comércio a fechar as portas. Acionada, a Polícia Militar usou gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. A corporação informou que 16 pessoas foram presas por atos de vandalismo naquela greve geral.
Além da depredação, houve à época registros de bloqueios ao transporte público e confrontos com a polícia.
Já a greve geral realizada nesta sexta-feira, convocada por centrais sindicais e movimentos sociais contra a reforma da Previdência, transcorreu pacificamente na maior parte do Brasil, apesar do registro de episódios de violência policial, atropelamentos e vandalismo.