Não é verdade que um vídeo que circula nas redes sociais mostre um ataque de drone da Ucrânia contra a Rússia (veja aqui). As imagens foram veiculadas originalmente em março de 2020 no Twitter e registram uma ação das forças armadas da Turquia em Idlib, na Síria.
O vídeo foi compartilhado fora de contexto pelo canal oficial do Ministério da Defesa da Ucrânia no YouTube. No Facebook, ele reunia ao menos centenas de compartilhamentos nesta sexta-feira (24).
Os militares ucranianos divulgaram imagens do uso de um drone Bairaktar TB2 contra os militares russos.
Postagens que circulam nas redes sociais enganam ao atribuir à guerra da Rússia contra a Ucrânia o vídeo que mostra imagens em preto e branco de um ataque de drone a tanques de guerra. Por meio de busca reversa, Aos Fatos constatou que a gravação foi feita na Síria e veiculada primeiro em março de 2020 em um perfil no Twitter.
Segundo o post original, o vídeo mostra um comboio sendo destruído pelo exército turco em Marat Al-Numan, no sul de Idlib. Naquela época, a província era palco de um confronto entre a Turquia e a Síria, que estava sendo apoiada pela Rússia. O cessar-fogo ocorreu no dia 5 de março daquele ano.
Aos Fatos comparou a gravação original e a usada nas postagens enganosas (veja abaixo) e identificou que elas são semelhantes, mas estão espelhadas.
As imagens invertidas foram publicadas na TV Militar da Ucrânia, um canal oficial do Ministério da Defesa do país no Youtube, na manhã desta quinta-feira. O vídeo foi postado com a legenda “Destruição de equipamento russo por Bairaktars. Vamos vencer juntos!”, sem afirmar que a gravação é recente ou indicar o local onde ela foi feita. O drone Bairaktar TB2 é desenvolvido por uma empresa turca.
A gravação foi publicada logo após o presidente russo, Vladimir Putin, iniciar um ataque militar de larga escala ao território ucraniano na madrugada desta quinta-feira (24). A imprensa internacional registrou explosões e tiroteios em diversos lugares do país, e tropas russas fecharam o cerco sobre a capital Kiev. Aos Fatos checou outras peças de desinformação sobre o conflito armado que podem ser acessadas aqui.
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