Vídeo antigo de Bolsonaro em aeroporto circula como se ele tivesse voltado dos EUA

Não é verdade que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido por uma multidão no aeroporto após retornar de viagem aos Estados Unidos. Posts que circulam nas redes sociais usam um vídeo publicado pelo próprio Bolsonaro no YouTube em fevereiro de 2018, com a descrição de que se trata de sua chegada a um aeroporto de Belo Horizonte. Apesar de ter anunciado a intenção de retornar ao país em março, o ex-presidente permanece em um condomínio na Flórida desde 30 de dezembro.

Publicações com o contexto enganoso acumulam ao menos 600 mil visualizações no TikTok e 2.000 curtidas no Instagram até a tarde desta quinta-feira (16).

nosso Presidente [Bolsonaro] está de volta olhem só a multidão que estava à sua espera o presidente mais amado do mundo

Um vídeo publicado durante a campanha eleitoral de 2018 voltou a circular nas redes para sugerir que Bolsonaro teria sido ovacionado ao retornar dos Estados Unidos. Ainda que Aos Fatos não tenha conseguido precisar a data exata da gravação, ela teve um de seus trechos publicados no canal do próprio Bolsonaro no YouTube em 17 de fevereiro de 2018. Segundo o então deputado federal, as imagens mostrariam sua recepção em um aeroporto de Belo Horizonte.

Bolsonaro desembarcou na Flórida, nos Estados Unidos, na noite de 30 de dezembro de 2022, quando ainda ocupava a Presidência da República. Em entrevista publicada pelo jornal americano The Wall Street Journal na última terça-feira (14), o ex-presidente afirmou que voltará ao Brasil em março e que pretende liderar a oposição ao governo Lula (PT).

Antes da publicação do vídeo de 2018 utilizado agora como peça desinformativa, Bolsonaro fez duas visitas a Belo Horizonte noticiadas pela imprensa: em setembro de 2017 e em junho de 2015. Na primeira, o então deputado discursou no aeroporto de Confins antes de participar de uma palestra e do evento de lançamento de um livro. Na segunda, ele participou de uma audiência pública sobre alterações no Estatuto do Desarmamento.

Referências:

1. The Wall Street Journal
2. Estado de Minas
3. O Tempo