🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Dezembro de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Vacina que teve testes clínicos interrompidos no Peru não é a CoronaVac

Por Luiz Fernando Menezes

14 de dezembro de 2020, 13h08

Publicações nas redes sociais enganam ao sugerir que o Peru interrompeu testes da CoronaVac, vacina da Sinovac Biotech desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan, após registros de reações alérgicas graves. Na realidade, a suspensão ocorreu com a imunização da Sinopharm, outra empresa chinesa. O país vizinho não testou a CoronaVac.

A informação enganosa (veja aqui) vem sendo compartilhada principalmente no Facebook, onde acumulava ao menos 5.000 compartilhamentos até a tarde desta segunda-feira (14). Todas as publicações foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (saiba como funciona).


FALSO

A notícia de que o Peru teria paralisado os testes de um imunizante produzido pela China vem sendo compartilhada nas redes sociais junto de uma foto do governador João Doria (PSDB-SP) com uma embalagem da CoronaVac. Porém, a suspensão não é relativa à imunização da Sinovac Biotech, testada no Brasil pelo Instituto Butantan, mas à produzida pela Sinopharm, outra empresa chinesa, com o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim.

Segundo o comunicado do Ministério da Saúde do Peru, a suspensão é determinada quando há a identificação de uma possível reação adversa séria em um voluntário. Um homem de 64 anos apresentou fraqueza nas pernas e, como se trata de uma pessoa com um histórico de complicações médicas, a suspeita é a de que tenha desenvolvido um quadro de Síndrome de Guillain-Barré, um tipo de inflamação do sistema nervoso, segundo afirmou um dos pesquisadores responsáveis pelos testes clínicos.

O Ministério da Saúde peruano, no entanto, afirmou que “o evento adverso apresentado se encontra em investigação para determinar se está relacionado à vacina ou se existe outra explicação”.

A vacina da Sinopharm já vem sendo aplicada na China de forma experimental desde julho deste ano e os Emirados Árabes também aprovaram a imunização para uso emergencial em setembro.

Diferentemente do que sugerem as publicações, portanto, a vacina testada no Peru não é a mesma que vem sendo produzida pelo Instituto Butantan. A imunização que vem sendo testada em São Paulo é da Sinovac Biotech. Já a Sinopharm, apesar de ter assinado um acordo para pesquisa no Paraná, ainda não iniciou os ensaios clínicos na região.

O Boatos.org também desmentiu a peça de desinformação.

Referências:

1. DW
2. Governo do Peru
3. Gestion
4. Estadão
5. CNN Brasil
6. Agência de Notícias do Paraná


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