🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Agosto de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Uso da Bíblia não foi proibido no Brasil

Por Priscila Pacheco

17 de agosto de 2022, 15h49

É falso que o uso da Bíblia no Brasil foi proibido, como dizem postagens nas redes sociais (veja aqui). Não existe lei em vigor para censurar o livro sagrado dos cristãos, tampouco projeto de lei com esse objetivo. As postagens que circulam com o texto desinformativo têm um vídeo que mistura um trecho de uma reportagem da TV Cultura sobre um projeto de lei que proíbe alterações em textos bíblicos e um discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL), em outubro de 2021, em defesa da Bíblia em bibliotecas públicas.

A desinformação conta com 54 mil visualizações no Kwai e centenas de compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (17).


Selo falso

Proibição do uso da Bíblia no Brasil. Veja a matéria você que é cristão. Cuidado cristãos em quais deputados e senadores vocês vão votar esse ano.

Postagem mente ao afirmar que está proibido ter Bíblia no Brasil

Um vídeo que circula nas redes sociais desinforma ao afirmar que o uso da Bíblia no Brasil foi proibido. Não há nenhuma lei em vigor que censure o livro religioso, tampouco há projeto de lei com esse objetivo em tramitação.

O vídeo com a alegação falsa é uma montagem que reúne um trecho de oito segundos de uma reportagem sobre um projeto de lei que prevê a proibição de mudanças em textos bíblicos e um discurso do presidente Jair Bolsonaro. Originalmente, esses dois conteúdos não afirmam que o uso da bíblia foi proibido no Brasil.

A reportagem fez parte da edição de 5 de maio do Jornal da Cultura. A âncora Ana Paula Couto diz que os deputados votaram um requerimento de urgência para a votação do projeto, mas a montagem corta o momento em que a proposta é descrita. No trecho completo, é possível ver que a reportagem se refere ao PL 4.606/2019, do deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), que deseja proibir alterações de textos bíblicos. O texto não foi votado e aguarda a escolha de relator na Comissão de Cultura.

Na sequência da montagem, aparece um vídeo em que Bolsonaro diz que, se a população não se preocupar com a política, no futuro será possível decidir se alguém poderá ter ou não uma Bíblia em casa. A fala é interrompida pela imagem de um homem que diz que o livro cristão é paz e amor e pela narração de uma voz não identificada por Aos Fatos. A edição é finalizada com a continuação do discurso do presidente.

O discurso de Bolsonaro usado na montagem foi proferido no dia 27 de outubro do ano passado, durante a 1ª Consagração Pública de Pastores do Amazonas, em Manaus. Na ocasião, Bolsonaro defendeu leis que obrigam bibliotecas públicas a terem exemplares da Bíblia. O presidente criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) por ter derrubado as leis estaduais sobre essa obrigatoriedade.

Dias antes da crítica, o STF havia determinado que era inconstitucional uma lei do Mato Grosso do Sul que obrigava a presença de exemplares da Bíblia em escolas estaduais e nas bibliotecas públicas, com o argumento de que o Estado não poderia manifestar oficialmente preferência por qualquer denominação religiosa. A decisão, porém, não censura a Bíblia nem proíbe o seu uso, de forma voluntária, em estabelecimentos públicos. Uma norma semelhante, relativa ao Amazonas, foi derrubada em abril.

Referências:

1. Aos Fatos
2. Normas.leg
3. Câmara (Fontes 1, 2 e 3)
4. YouTube TV Cultura
5. Poder360
6. Facebook Band
7. Metrópoles
8. Conjur


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