🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Abril de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Tumulto em avião mostrado em vídeo não tem relação com PT ou Bolsonaro

Por Marco Faustino

29 de abril de 2021, 18h01

Um vídeo de 2018 que mostra uma mulher sendo retirada de um avião por se recusar a despachar bagagens circula em posts (veja aqui) como se retratasse uma petista que se irritou com passageiros que cantavam músicas pró-Bolsonaro, o que não é verdade.

Publicações com o conteúdo enganoso somavam ao menos 39.521 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta quinta-feira (29) e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (veja como funciona).


Passageira Petista fica indignada porque os passageiros estavam cantando música do Bolsonaro. Chama a comissária de bordo e pede que ela proíba esse tipo de manifestação. A comissária de bordo se nega a atender, as duas batem boca e a passageira PTista dá um tapa na comissária. O comandante se recusa a decolar com a passageira a bordo e a polícia é acionada para retirar a PTista a força! ESSE É O BRASIL QUE EU QUERO, TIRANDO PTista DO MEIO DOS CORRETOS!

Não é verdade que o vídeo mostra uma petista sendo retirada à força de um avião após se irritar com passageiros que entoavam músicas a favor de Bolsonaro e agredir uma comissária de bordo. A gravação é de outubro de 2018, quando a tripulação de um voo da Latam que saía de Goiânia (GO) teve que recorrer à polícia para desembarcar uma passageira que se recusou a despachar a bagagem de mão.

Um relatório da Polícia Militar noticiado na época pela TV Anhanguera (confira aqui), afiliada da Rede Globo em Goiás, menciona que o chefe da tripulação identificou excesso de bagagem ao se oferecer para ajudar a guardar a mala de mão da passageira. Ao ser informada da necessidade de despachar os excedentes, a mulher teria ficado nervosa e começado a destratar verbalmente uma comissária e outros passageiros.

Em meio à confusão, o comandante da aeronave, comissários, funcionários da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e policiais federais tentaram convencer a passageira a desembarcar, porém sem sucesso. Assim, os agentes da PF pediram reforço à PM, que retirou da aeronave a mulher e uma criança que viajava com ela.

Ainda em 2018, a passageira afirmou à TV Anhanguera que pretendia reivindicar seus direitos junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), ao Procon de Goiás e à Latam. Em nota publicada pela imprensa à época, a companhia aérea informou que teria somente solicitado "apoio de autoridade policial para realizar o desembarque de um dos passageiros do voo, em função de comportamento inadequado a bordo''.

O jornal goiano O Popular também noticiou o caso e descartou as alegações falsas que já circulavam na época de que a mulher fosse petista e que agrediu fisicamente a tripulação.

Esta peça de desinformação também foi checada por Boatos.org, Estadão Verifica e Lupa.

Referências:

1. TV Anhanguera (Fontes 1 e 2)
2. O Popular (Fontes 1 e 2)


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

Topo

Usamos cookies e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concordará com estas condições.