Não é verdade que a atriz e nova secretária especial de Cultura do governo Bolsonaro, Regina Duarte, tenha escrito e publicado nas redes um texto em que responde a um vídeo gravado no Instagram pela cantora Zélia Duncan (veja aqui). A autora é Marta Sertã de Paula, que publicou a carta em seu perfil no Facebook.
A publicação original sofreu modificações para torná-la mais parecida com uma resposta da atriz, e se tornou viral. Nesta sexta-feira (31), o texto alterado já havia sido compartilhado ao menos 133 mil vezes no Facebook. Os posts que trazem a atribuição enganosa foram marcados por Aos Fatos com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (saiba como funciona).
Não foi escrito por Regina Duarte um texto endereçado a Zélia Duncan, que gravou um vídeo no dia 21 de janeiro comparando a personagem feminista da atriz na novela ‘Malu Mulher’ ao embarque dela ao governo Bolsonaro. A carta rebate a mensagem da cantora e faz críticas à classe artística e ao que classificou de “feminismo desenfreado”. Ela foi escrita por Marta Sertã de Paula, que publicou o texto em seu perfil no Facebook.
Em um novo post publicado nesta quinta-feira (30), Paula afirma estar assustada com a repercussão e desmente que o texto tenha sido escrito por Regina Duarte. “Escrevi [a carta] para uma Zélia ‘imaginária’ muito distante do meu pequeno mundo, pois nunca imaginei que isso pudesse chegar à Zélia real e muito menos que fosse vivenciar o que critico sempre, que é colocarem na boca dos outros o que não disseram”.
Aos Fatos verificou que algumas palavras do texto original foram alterados e um trecho que citava o nome de Regina Duarte foi trocado por pronomes em primeira pessoa. O início do texto também passou a circular uma legenda explicativa: “Regina Duarte responde à Zélia Duncan”. Ao fim, há novamente o nome da atriz e secretária especial de Cultura. Há, ainda, uma clara diferença no tom da peça de desinformação, que usa vários pontos de exclamação e ressalta trechos do texto colocando as palavras em caixa alta.
Confira abaixo a comparação entre o texto original (à esquerda) e o da peça de desinformação (à direita).