É falsa teoria conspiratória que tenta, sem provas, ligar Moraes à morte de Teori

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Não há evidências que liguem o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes ao acidente aéreo que vitimou seu antecessor, o ministro Teori Zavascki, morto em janeiro de 2017. Na verdade, todas as investigações do caso descartaram hipóteses de crime e concluíram que o episódio foi um acidente em decorrência das condições climáticas adversas.

Publicações com as alegações enganosas acumulam milhares de visualizações no TikTok. As postagens também circulam no WhatsApp, plataforma em que não é possível medir o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).

Xandoca matou Teori para assumir o STF

Publicações reproduzem teoria da conspiração que tenta, sem provar, ligar Moraes à morte de Teori Zavascki

Publicações nas redes enganam ao afirmar, sem apresentar provas, que Alexandre de Moraes seria responsável pela morte de Teori Zavascki, vítima de um acidente aéreo em Paraty. A aeronave de pequeno porte em que estavam o ex-ministro e outras quatro pessoas decolou do Campo de Marte (SP) em direção a Paraty (RJ). Não houve sobreviventes.

À época, a Polícia Federal, a FAB (Força Aérea Brasileira) e o MPF (Ministério Público Federal) abriram três frentes de investigação para averiguar as causas da queda da aeronave. Todas descartaram a hipótese de sabotagem.

Em janeiro de 2018, um ano após o acidente, a FAB concluiu que o episódio foi um acidente que teve, entre seus fatores, as condições climáticas adversas na data e desorientação espacial.

No mesmo período, o delegado da Polícia Federal encarregado do inquérito, Rubens Maleiner, afirmou que a instituição concluiu que não houve ato intencional na queda da aeronave.

O MPF pediu o arquivamento do caso em 2019 após as hipóteses de sabotagem, envenenamento ou qualquer outra prática de crime terem sido descartadas pela investigação. Igor Miranda, procurador da República responsável pelo caso, afirmou que foi constatado que o acidente resultou de uma falha humana associada às condições do tempo.

Foto do ex-ministro do STF Teori Zavascki, morto após um acidente aéreo em 2017
A morte de Zavascki causou comoção no cenário político brasileiro (Fellipe Sampaio/SCO/STF)

As peças citam também a morte de Adriano Antonio Soares, delegado da Polícia Federal de Angra dos Reis (RJ) que abriu o inquérito sobre o acidente, como uma das circunstâncias que comprovariam a sabotagem de Moraes.

No entanto, antes da morte de Soares, o inquérito já havia sido transferido para Brasília, onde foi comandado por Rubens Maleiner. Soares e outro delegado da Polícia Federal foram mortos em uma casa de prostituição em Florianópolis após uma discussão com um terceiro que alegou legítima defesa.

Zavascki foi o relator dos processos da Operação Lava Jato, o que motivou uma série de teorias da conspiração em torno de sua morte. Em março de 2017, dois meses após o acidente, Alexandre de Moraes foi indicado ao STF pelo então presidente Michel Temer (MDB) para preencher a vaga deixada por Zavascki. À época, Moraes era filiado ao PSDB e ocupava o cargo de ministro da Justiça.

Esta peça de desinformação também foi checada pelo Comprova.

O caminho da apuração

Aos Fatos consultou uma série de notícias e processos sobre o acidente que vitimou Teori Zavascki. Constatamos que todas as linhas de investigação concluíram que o episódio se tratou de um acidente associado às condições climáticas na data.

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