Alan Santos/PR

🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2018. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Temer diz ter reduzido preço do gás, mas omite altas recentes

Por Ana Rita Cunha

31 de janeiro de 2018, 16h50

O presidente Michel Temer foi ao programa do Silvio Santos, no último domingo (28), com o propósito de defender a reforma da Previdência. Aos Fatos checou algumas declarações do emedebista em relação ao tema. Enquanto isso, porém, a reportagem também se deparou com a afirmação de que o preço do gás de cozinha sofreu redução.

Aos Fatos verificou junto às bases da ANP (Agência Nacional do Petróleo) se, de fato, houve queda de 5%, conforme declarado pelo presidente, e também se houve impacto para o consumidor. Além disso, trouxe os números do preço do gás nos últimos dois anos.

Veja abaixo o resultado.


IMPRECISO

Hoje ainda, o preço do gás, que preocupa os mais pobres, caiu 5%.

A Petrobras de fato anunciou a redução em 5% do preço do GLP (gás liquefeito de petróleo) residencial, popularmente conhecido como gás de cozinha. A queda se refere ao valor vendido nas refinarias a partir de 19 de janeiro. O que Temer não diz é que essa redução no preço, no entanto, ainda não foi repassada à maioria dos consumidores, segundo o levantamento de preço da ANP. Ele também não menciona que, em 2017, o governo autorizou ao menos oito vezes o reajuste desse tipo de combustível.

Com o reajuste da petrolífera, o preço médio botijão de gás de 13 quilos sem tributos, comercializado nas refinarias da Petrobras, será equivalente a R$ 23,16 por botijão de 13 quilos, segundo comunicado da empresa. O preço final ao consumidor não depende exclusivamente da Petrobras, pois outros integrantes da cadeia de combustíveis, como distribuidoras e revendedores, não têm obrigação de repassar o ajuste.

Até o momento, a queda do preço nas refinarias ainda não impactou o preço da maioria dos consumidores. De acordo com o levantamento de preço da Agência Nacional de Petróleo, 3 das 5 regiões brasileiras tiveram alta no preço do botijão de gás de 13 quilos na semana de 21 a 27 de janeiro, na comparação com a semana anterior.

Nesse período de comparação semanal, o preço médio do botijão subiu nas regiões Norte (0,79%) para R$ 74,92, Sudeste (1,28%) para R$ 66,26 e Sul (0,05%) para R$ 66,69. O produto teve queda teve leve queda nas regiões Centro-Oeste (-0,09%) para R$ 75,27 e Nordeste (-0,26%) para R$ 65,61.

Trajetória de alta. Em 2017, o preço do botijão de gás acumulou alta de 16%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE. Nos anos anteriores, o produto acumulou alta de 2,1% e 22,6%, em 2016 e 2015, respectivamente.

Ao longo do ano passado, a Petrobras realizou oito reajustes no preço do gás de cozinha, sendo que apenas um deles resultou em queda no preço de venda do produto nas refinarias. O último reajuste, uma alta de 8,9%, foi anunciado em dezembro. Em 2017, os reajustes foram realizados mensalmente. Para 2018, a empresa alterou a política de preços do GLP residencial, e os reajustes serão trimestrais.

Em 12 das unidades da federação, o preço médio do botijão de gás teve alta, na semana seguinte à redução do preço pela Petrobras nas refinarias, segundo o levantamento de preços da ANP, comparando a semana de 21 a 27 de janeiro, com a semana anterior. Nesse mesmo período, quatro Estados tiveram manutenção do preço e 11 tiveram queda. Dentre os Estados em que o preço recuou, em oito a queda foi suave, inferior a 1%.

O Rio de Janeiro registrou a maior alta no preço médio do gás de cozinha: o botijão de 13 quilos ficou em R$ 64,33, alta de 6,5% ante a semana anterior. No Rio Grande do Norte, houve a maior queda no preço do gás: 4,3% de recuo no preço do botijão, que ficou em R$ 69,12.

Segundo o levantamento da ANP, o gás de cozinha mais caro está no Mato Grosso. Nesse estado, o preço médio do botijão de 13 quilos é de R$ 94,28. A Bahia tem o menor preço médio de gás de cozinha: R$ 58,61.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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