🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

‘Taxação do sol’ foi tributo sancionado por Bolsonaro, não por Lula

Por Marco Faustino

6 de janeiro de 2023, 17h15

Não é verdade que a cobrança dos custos de distribuição para quem gerar a própria energia por meio de sistemas de painéis solares conectados à rede, que ficou conhecida como “taxação do sol”, seja uma medida do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como sugerem publicações nas redes. A taxa foi estabelecida a partir de lei sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em janeiro do ano passado e entrará em vigor a partir de sábado (7), de forma escalonada.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 2.600 compartilhamentos no Facebook e 1 milhão de visualizações no TikTok nesta sexta-feira (6).


Selo falso

Faz o L. Para usar luz solar vamos pagar taxas

Posts sugerem que o atual governo do PT é responsável por tributo cobrado sobre geração de energia solar própria, o que é falso; taxação foi aprovada por Bolsonaro

Posts nas redes enganam ao sugerir que a cobrança de uma taxa de quem gera a própria energia por meio de sistemas de painéis solares conectados à rede (on-grid, termo em inglês) é uma medida do atual governo do PT. Na realidade, a taxa foi estabelecida a partir da lei 14.300/2022, que instituiu o marco legal da microgeração e da minigeração de energia, e foi sancionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em janeiro do ano passado.

A lei prevê o pagamento da TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição) Fio B a partir de sábado (7), que é um imposto que paga às distribuidoras de energia elétrica pelo fato de o consumidor utilizar a rede de distribuição para obter créditos. Na tarifa estão incluídas as despesas geradas no caminho da energia desde a fonte até o consumidor final. A cobrança será feita de forma escalonada para aqueles que instalarem novos projetos de energia solar.

Para os consumidores que já possuem um sistema de energia solar instalado e acesso à rede das distribuidoras, a cobrança ocorrerá somente a partir de 2045.

A Câmara dos Deputados havia aprovado em dezembro de 2022 um projeto de lei, criticado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que prorrogava até julho de 2023 a isenção da tarifa e ampliava o rol dos beneficiários dos subsídios às unidades de microgeração e minigeração distribuída. O texto foi encaminhado ao Senado Federal, mas não foi votado antes do recesso parlamentar, o que fez com que a regra passasse a valer em janeiro. O tema voltará a ser debatido em fevereiro.

Segundo a Aneel, as alterações propostas no projeto de lei representam um custo de até R$ 125 bilhões para a tarifa dos consumidores. Mais de 590 mil pedidos de conexão foram feitos em 2022, o que totalizou mais de 5,7 GW de potência instalada de MMGD (Micro e Minigeração Distribuída). Os números representam um aumento de 20% em relação ao número de conexões e 10% da potência instalada em relação ao verificado em 2021

Referências:

1. Energia Sirius
2. Imprensa Nacional
3. Elysia
4. Correio 24 Horas (Fontes 1 e 2)
5. Câmara do Deputados
6. Aneel
7. Senado Federal
8. Canal Solar

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