🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Fevereiro de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

STF não impediu defesa de Bolsonaro de acessar mensagens de Adélio Bispo

Por Luiz Fernando Menezes

11 de fevereiro de 2021, 17h21

Não é verdade que o STF (Supremo Tribunal Federal) impediu que a defesa de Jair Bolsonaro tivesse acesso às mensagens do celular de Adélio Bispo, que desferiu uma facada no então candidato à Presidência em Juiz de Fora (MG) em 2018. Diferentemente do que afirmam as postagens nas redes sociais (veja aqui), o sigilo dos aparelhos do agressor foi quebrado em setembro de 2018 e suas informações foram disponibilizadas aos advogados do presidente, segundo o MPF (Ministério Público Federal).

A peça enganosa começou a ser compartilhada logo após a Segunda Turma da corte manter decisão que liberou as mensagens da Operação Lava Jato aos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na terça-feira (9). No Facebook, a postagem acumulava ao menos 1.000 compartilhamentos até a tarde desta quinta (11) e foi marcada com o selo FALSO na ferramenta de verificação (entenda como funciona).


O STF liberou para o Lula as mensagens trocadas entre membros da Lava Jato. O STF proibiu Bolsonaro de ter acesso às mensagens dos celulares de Adélio, o esfaqueador. Preciso dizer mais o quê?

Após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter mantido, na terça-feira (9), a autorização para que o ex-presidente Lula acesse mensagens trocadas por integrantes da Lava Jato, começaram a circular nas redes sociais alegações de que o atual mandatário, Jair Bolsonaro, não teve o mesmo direito no caso da facada que sofreu em 2018. Isso é falso.

A defesa do presidente Bolsonaro teve, sim, acesso às mensagens telefônicas do agressor, Adélio Bispo. Os sigilos de quatro celulares e do notebook de Bispo foram quebrados em setembro de 2018 pela juíza da 2ª Vara Federal de Juiz de Fora, como Aos Fatos já havia checado anteriormente.. A decisão permitiu que a PF (Polícia Federal) rastreasse ligações, mensagens e contatos do autor do atentado em Juiz de Fora (MG).

Em nota enviada ao Aos Fatos, o MPF (Ministério Público Federal) também afirmou que Bolsonaro teve acesso a todas as provas que instruíram a denúncia, já que, como ofendido, atuou como assistente de acusação.

Além disso, a PF analisou as movimentações financeiras de Bispo e, nos dois inquéritos sobre o caso, chegou à conclusão de que ele estava sozinho no planejamento e na execução da facada. Uma manifestação do MPF (veja abaixo) divulgada em julho de 2020 também chegou a essa conclusão.

O que resta agora é uma definição sobre o pedido de quebra de sigilo de Zanone de Oliveira Júnior, que foi advogado de Bispo. Requisitado pela AGU (Advocacia-Geral da União), o julgamento sobre a liberação dos dados chegou a ser iniciado no TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) em 2019, mas foi remetido ao STF em março de 2020. Em junho do mesmo ano, o recurso foi remetido de volta à segunda instância, onde aguarda julgamento.

Referências:

1. CNN
2. O Globo
3. Exame
4. Ministério Público Federal
5. Agência Brasil
6. G1
7. Consultor Jurídico


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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