Não é verdade que a ginasta americana Simone Biles se recusou a conceder entrevista apenas à TV Globo durante as Olimpíadas de Paris, como alegam publicações nas redes. Em nota, a Federação de Ginástica dos Estados Unidos explicou que seus atletas foram orientados a conversar apenas com três veículos de imprensa — NBC, OBS e Discovery/Eurosport — e que não havia restrição específica à Globo.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 2.000 compartilhamentos no X (ex-Twitter) até a tarde desta sexta-feira (9). Posts com a alegação distorcida também circulam no Facebook e no Threads.
Passando para avisar que Simone Biles, dos EUA, ganhou medalha de ouro e se negou a dar entrevista a Rede Globo
Publicações nas redes têm distorcido uma decisão da Federação de Ginástica dos Estados Unidos para alegar que Simone Biles teria se recusado a conceder entrevista apenas à TV Globo durante as Olimpíadas.
Em nota enviada ao Aos Fatos, a federação explicou que seus atletas foram orientados a conversar com um número limitado de veículos de imprensa, e que a restrição não se aplica apenas à rede de televisão brasileira.
De acordo com o órgão, apenas o canal americano NBC, o serviço de transmissão oficial das Olimpíadas, OBS, e o Discovery/Eurosport puderam entrevistar os competidores americanos. O gerenciamento, semelhante ao adotado nos Jogos Olímpicos de Tóquio, visava preservar a saúde mental dos atletas.
Durante os jogos de 2021, Biles desistiu de competir na fase final da categoria individual geral por questões emocionais. Em conversa recente com um podcast, a atleta disse ter passado por um bloqueio mental durante a execução de um salto.
O caminho da checagem:
Aos Fatos buscou nas redes e na imprensa informações sobre o episódio narrado pelas publicações enganosas. Também entramos em contato com a Federação de Ginástica dos Estados Unidos para verificar se havia alguma decisão que impusesse restrições a entrevistas concedidas à TV Globo.
Com base em reportagens, verificamos ainda o contexto da decisão da federação, que busca evitar causar problemas de saúde mental aos atletas envolvidos na competição.