Não é verdade que o agente do Serviço Secreto dos Estados Unidos Jonathan Willis revelou ter sido proibido por seus superiores de matar o atirador que disparou contra o ex-presidente americano Donald Trump no último sábado (13). Em nota, o órgão disse que a afirmação é "categoricamente falsa" e que não há nenhum agente com esse nome.
A publicação enganosa acumulava ao menos 3.000 curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (17).
GRAVE: Agente do Serviço Secreto diz que chefe se recusou a autorizar disparo em atirador de Trump. O oficial Jonathan Willis relatou que manteve o assassino na mira por 3 minutos, mas o chefe do Serviço Secreto se recusou a dar luz verde para neutralizá-lo.
Posts nas redes enganam ao alegar que um suposto agente do Serviço Secreto dos Estados Unidos chamado Jonathan Willis teria denunciado que foi proibido por seus superiores de matar o atirador que tentou assassinar Donald Trump.
Em nota ao FactCheck.org, o porta-voz do Serviço Secreto afirmou que a alegação é "categoricamente falsa" e que não há nenhum agente com o nome citado pelas peças de desinformação. Aos Fatos também procurou a instituição, mas ainda aguarda resposta.
Origem. A informação falsa começou a circular no 4chan, conjunto de fóruns onde foram disseminadas diversas teorias conspiratórias sobre o atentado contra Trump.
Veículos americanos identificaram que o relato enganoso foi publicado por um usuário anônimo, que alegou ser um dos agentes do Serviço Secreto que estavam posicionados em um telhado no momento em que o atirador disparou contra Trump. O conteúdo mentiroso foi traduzido e passou a ser disseminado também no Brasil.
Atentado a tiros. Trump sofreu uma tentativa de assassinato enquanto discursava em um comício de campanha em Butler, na Pensilvânia, no último sábado (13).
Thomas Matthew Crooks foi identificado como o autor dos disparos. Um dos tiros atingiu o ex-presidente de raspão na orelha direita. Além do político, outras duas pessoas ficaram feridas, e uma morreu no local. O atirador foi morto pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos.
Esta peça de desinformação também foi desmentida pela AFP, pelo PolitiFact e pelo FactCheck.org.
O caminho da checagem
Aos Fatos fez buscas na imprensa americana para identificar se havia menção ao nome do suposto agente citado nas peças de desinformação.
A reportagem encontrou, então, uma nota enviada pelo Serviço Secreto que negava a existência do agente Jonathan Willis. Entramos em contato com a corporação para obter mais detalhes, mas não obtivemos retorno.