Réu do 8 de Janeiro estava em liberdade e morreu em acidente de trabalho, não na Papuda

Compartilhe

Não é verdade que Éder Aparecido Jacinto, um dos réus do 8 de Janeiro de 2023, tenha morrido enquanto cumpria pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O homem morreu em decorrência de um acidente de trabalho no dia 4 de março de 2024, quando já estava em liberdade provisória havia cerca de sete meses.

Publicações com a falsa alegação acumulavam mais de 2.000 compartilhamentos no X (ex-Twitter) e centenas no Facebook até a tarde desta quinta-feira (11).

Morreu mais um preso do 8 de janeiro. Faleceu no hospital algemado na cama e com tornozeleira. Éder Aparecido Jacinto: o 4º preso político assassinado pelo Estado era de Petrolina de Goiás. Depois de 8 meses na Papuda, sua doença se agravou e ele acabou falecendo.

Foto de Éder Aparecido Jacinto circula junto de alegação enganosa sobre sua morte no X

São mentirosas as publicações que afirmam que Éder Aparecido Jacinto, um dos homens presos pela invasão das sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro de 2023, teria morrido de uma doença que se agravou por causa do seu encarceramento. Jacinto morreu no dia 4 de março de 2024, meses depois de ter conseguido liberdade provisória.

A família de Jacinto explicou, em nota divulgada em março deste ano, que a causa da morte “deu-se por motivos de acidente de trabalho” e que “nada tem a ver com sua prisão”. Os familiares ainda afirmaram que, enquanto ele esteve preso, recebeu todo tratamento médico necessário, sem qualquer adiamento ou interrupção.

Jacinto foi preso em flagrante no dia 8 de janeiro e acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de crimes como associação criminosa e dano qualificado contra o patrimônio da União.

No dia 7 de agosto, no entanto, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória ao réu.

Quatro mortos. As peças de desinformação também desinformam ao dizer que quatro presos pelo 8 de Janeiro já teriam morrido no Complexo Penitenciário da Papuda.

Em busca por relatos na imprensa, Aos Fatos identificou apenas um encarcerado que morreu na prisão: Cleriston Pereira da Cunha, morto no dia 20 de novembro de 2023 após um mal súbito. Cunha estava preso desde o dia 8 de janeiro e foi acusado de quebrar vidraças e queimar o tapete do Salão Verde da Câmara dos Deputados.

Essa peça de desinformação também foi desmentida pela Reuters e pelo e-Farsas.

O caminho da apuração

Aos Fatos procurou por informações sobre a morte de Jacinto na imprensa e encontrou os posicionamentos dos familiares sobre o caso. Também buscamos informações sobre outros presos que supostamente teriam morrido durante o encarceramento.

Compartilhe

Leia também

Instagram impulsiona anúncio do jogo do bicho que pede dinheiro de rescisão trabalhista

Instagram impulsiona anúncio do jogo do bicho que pede dinheiro de rescisão trabalhista

falsoÉ falso que gastos de Janja somam R$ 63 milhões em dois anos

É falso que gastos de Janja somam R$ 63 milhões em dois anos

Exaltação à raiva masculina ressoa de subculturas ao mainstream na internet

Exaltação à raiva masculina ressoa de subculturas ao mainstream na internet