Um vídeo que mostra agentes da Receita Federal apreendendo produtos e fechando lojas em um shopping no Brás, bairro de São Paulo conhecido pelo comércio popular, não foi gravado em 2023 e não tem relação com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao contrário do que alegam publicações nas redes. A gravação original foi feita em novembro de 2022 e mostra uma operação do órgão em conjunto com a Prefeitura de São Paulo e com a Guarda Civil Metropolitana.
A peça de desinformação acumula mais de 50 mil visualizações no TikTok e 25 mil curtidas no Instagram até a tarde desta terça-feira (14). O vídeo descontextualizado também circula no WhatsApp (fale com a Fátima), plataforma em que não é possível estimar o alcance.
Governo Lula manda receita federal detonar o Brás.
Posts nas redes têm usado um vídeo antigo de uma operação da Receita Federal no Shopping Central, no Brás, para acusar o governo Lula de ter ordenado o fechamento das lojas do bairro paulistano. A gravação original, no entanto, foi feita em novembro de 2022, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), e foi publicada no TikTok por um lojista (veja abaixo).
@luisfornecedorsp #luisfornecedorsp ♬ som original - Luis De Barros Ferre
Aos Fatos entrou em contato com o comerciante Luís de Barros, que confirmou, via telefone, ser o autor do vídeo, publicado no dia 7 de novembro de 2022, quando a Receita Federal iniciou uma operação, em conjunto com a prefeitura e com a Guarda Civil Metropolitana, para combater a venda de produtos ilegais no país.
Além de a gravação ser antiga, não há nenhum registro de uma nova operação da Receita Federal na região desde o início do terceiro mandato de Lula. A última menção à região da capital paulista no site da Receita Federal diz respeito à operação de novembro de 2022 que aparece nas imagens.
Desde que Lula assumiu a Presidência, publicações nas redes tentam culpá-lo por uma suposta crise no comércio brasileiro. Em janeiro, uma lista enganosa de demissões em empresas viralizou nas redes. Neste mês, um vídeo mentiroso culpou a gestão petista pelo fechamento de lojas que já estavam fechadas há anos, em Goiânia.