🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Outubro de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Queixas sobre urnas não serão feitas pelo app Pardal, do TSE, em 2022

Por Marco Faustino

1 de outubro de 2022, 18h26

O aplicativo Pardal, da Justiça Eleitoral, não será utilizado para o envio de queixas sobre urnas eletrônicas durante as eleições de 2022, ao contrário do que afirmam publicações nas redes (veja aqui). O vídeo que vem sendo compartilhado é de 2018, quando o software foi usado para essa finalidade. A orientação atual é que eleitores que tiverem problemas no momento da votação se dirijam ao presidente da seção eleitoral. Na sequência, o juiz responsável pela zona eleitoral deve ser contatado, e a ocorrência registrada em ata.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 3.600 compartilhamentos no Facebook neste sábado (1°) e circulam também no Kwai, Telegram e no WhatsApp, nos quais não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo não é bem assim

Você, cidadão, que tentar votar e a urna não funcionar de alguma maneira, não finalizar o voto ou não fazer aquele trililili no final, você vai chamar o mesário. E qual a orientação do mesário? O mesário vai registrar de imediato em um aplicativo chamado Pardal, né? O aplicativo da urna, ali dos mesários, vai selecionar a opção ‘Nova denúncia’, em seguida ‘Outros’ e ‘Denúncia’.

Vídeo com orientações para prestar queixas sobre urnas foi gravado pela deputada federal Carla Zambelli em 2018 e citava procedimentos válidos somente naquele ano

Um vídeo de 2018 em que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) fala que eleitores devem solicitar aos mesários que reportem queixas sobre urnas eletrônicas pelo aplicativo Pardal, da Justiça eleitoral, circula como se fosse atual. A orientação, contudo, não é válida para as eleições de 2022.

Naquele ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) definiu o uso do aplicativo para registro de queixas relativas às urnas e demais ocorrências em seções eleitorais no segundo turno das eleições. No documento citado por Zambelli, é definida a função dos mesários e do presidente da mesa receptora de registrar em ata e no aplicativo eventuais ocorrências, competência que foi transferida um dia depois do vídeo ser divulgado para o cartório eleitoral ou um servidor sob a responsabilidade do juiz eleitoral.

Para o pleito deste ano, não há possibilidade de fazer denúncias sobre urnas pelo programa. Neste domingo (2), o eleitor deve apresentar eventuais queixas sobre defeito ou mau funcionamento da urna eletrônica diretamente ao presidente da mesa receptora de votos. Em seguida, o juiz eleitoral deve ser imediatamente contatado, sendo que essa ocorrência deve ser registrada em ata com a descrição do problema apresentado e o encaminhamento que foi dado.

O aplicativo Pardal é destinado ao envio de denúncias ilícitos eleitorais, como propaganda eleitoral irregular, compra de votos, abuso de poder econômico, abuso de poder político, uso da máquina pública para fins eleitorais e uso indevido dos meios de comunicação social. A apuração é feita pelo MPE (Ministério Público Eleitoral).

Esta peça de desinformação também foi checada pelo Projeto Comprova.

Referências:

1. Facebook (Fontes 1 e 2)
2. Justiça Eleitoral (Fontes 1, 2 e 3)
3. TSE


Neste fim de semana, o Aos Fatos se uniu às iniciativas de checagem AFP Checamos, Boatos.org, Comprova, E-Farsas, Fato ou Fake e Lupa para verificar em conjunto a desinformação sobre as eleições.

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