Não é verdade que um quadro que representa uma cena de abuso sexual infantil, de autoria da inglesa Kim Noble, foi exposto pelo Santander. A falsa afirmação (veja aqui) circula nas redes sociais desde setembro de 2017, quando foi inaugurada a exposição Queermuseu no Santander Cultural, em Porto Alegre, e voltou a viralizar nas últimas semanas. O quadro, no entanto, não fazia parte do acervo da mostra, que foi encerrada depois de menos de um mês em cartaz no espaço patrocinado pelo banco.
Publicações recentes da peça de desinformação acumulavam mais de 6.000 compartilhamentos até a tarde desta sexta-feira (25). Todas as postagens foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (saiba como funciona).
FALSO
Voltou a viralizar nas redes sociais uma publicação que afirma que um quadro que retrata um abuso sexual infantil teria sido exibido em uma exposição do banco Santander. A peça de desinformação circulou inicialmente em setembro de 2017 e sugere que a obra fazia parte da exposição Queermuseu, então em cartaz no Santander Cultural, em Porto Alegre (RS). O quadro, no entanto, não é citado na lista de expositores da mostra.
Em nota enviada ao Aos Fatos, a assessoria do banco também negou que a peça fazia parte da exposição. A mostra no Santander Cultural acabou sendo cancelada após menos de um mês de sua abertura por conta de críticas de que as obras faziam apologia a pedofilia e zoofilia, por exemplo. Posteriormente, foi inaugurada no Rio de Janeiro.
O quadro citado nas postagens enganosas é de autoria da artista britânica Kim Noble, que, segundo biografias publicadas em sites especializados, tem transtorno dissociativo de identidade e diversas de suas personalidades se expressam por meio da pintura. De acordo com a artista, a principal suspeita é que ela tenha sido vítima de abuso sexual quando era criança e que isso poderia ter causado seu transtorno.
A obra compartilhada pelas peças de desinformação, por exemplo, intitulada “What Ted Saw” (O que Ted viu, em inglês), é de autoria de uma das personalidades de Noble, identificada como Ria Pratt. No currículo da artista divulgado em seu site oficial não consta nenhuma exibição no Brasil.
O e-Farsas publicou um desmentido sobre o assunto na época em que a peça circulou pela primeira vez.