Não é verdade que o presidente russo, Vladimir Putin, chamou Jair Bolsonaro (PL) de “traidor da pátria” e disse que ele deveria ser condenado à morte por planejar um golpe de Estado. A declaração que circula nas redes foi publicada originalmente por uma página satírica no X (ex-Twitter). Não há indícios de que Putin tenha se pronunciado sobre as investigações que envolvem o ex-presidente brasileiro.
Publicações com o conteúdo enganoso somam mais de 50 mil visualizações no X e circulam também no Facebook e no Threads.
Putin ao ser perguntado sobre o Golpe de Estado tentado pelo Bolsonaro: "Se fosse na Rússia seria condenado à morte, para traidores da pátria Russa não há perdão
Publicações nas redes têm compartilhado como se fosse real uma declaração inventada de Vladimir Putin sobre Jair Bolsonaro. Segundo as peças desinformativas, o chefe de Estado russo teria dito que o ex-presidente brasileiro era um “traidor” que deveria ser condenado à morte por tentativa de golpe.
Aos Fatos verificou que o primeiro registro sobre a inexistente fala de Putin foi feito pela página satírica Na Mira do Repórter no dia 19 de novembro, no X (ex-Twitter). Em sua descrição, a conta se define como um "portal de notícias isento de verdade”.
Em busca na imprensa e nas redes, não foram encontrados registros oficiais de posicionamentos do presidente russo sobre as denúncias contra Bolsonaro.
As peças de desinformação passaram a circular nas redes após o ex-presidente e mais 36 pessoas serem indiciados pela PF na última quinta-feira (21) por suspeita de planejar um golpe de Estado em 2022.
As investigações apontam que a organização criminosa teria desenvolvido um esquema que envolvia a disseminação de desinformação e o uso de estruturas de inteligência do governo para insuflar uma ruptura do sistema democrático.
O caminho da apuração
Aos Fatos procurou a declaração presente nos posts entre aspas no Google e localizou o primeiro registro em uma página satírica. Também buscamos declarações oficiais do presidente russo sobre o caso, mas não encontramos nenhum resultado.
Por fim, contextualizamos a circulação das peças de desinformação à luz do indiciamento recente de Jair Bolsonaro.