🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Protesto de indígenas na BA não foi motivado por promessa de dinheiro em ato contra Bolsonaro

Por Luiz Fernando Menezes

2 de maio de 2022, 14h27

É falso que indígenas tentaram invadir um prédio do governo da Bahia para cobrar dinheiro prometido na passeata contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), como dizem postagens nas redes (veja aqui). O vídeo compartilhado mostra, na verdade, uma manifestação pela educação indígena que aconteceu em 26 de abril, no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.

O conteúdo enganoso reunia ao menos mil compartilhamentos no Facebook até a tarde desta segunda-feira (2). Publicações semelhantes também circulam no WhatsApp, onde não é possível estimar o alcance (Fale com a Fátima).


Selo falso

Os índios querendo invadir a Governadoria da Bahia para cobrar o dinheiro prometido na passeata contra o Presidente da República Bolsonaro em Porto Seguro-BA.

Vídeo de confronto entre policiais e indígenas na Bahia circula com falso contexto

Um vídeo em que indígenas tentam invadir um prédio do governo na Bahia é compartilhado nas redes sociais com a legenda enganosa de que eles estavam ali para cobrar dinheiro prometido pela gestão Rui Costa (PT), em passeata contra Jair Bolsonaro (PL).

Trata-se, na verdade, do registro de uma manifestação com reivindicações em favor da educação escolar indígena, segundo o Mupoiba (Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia). Os manifestantes estavam em Salvador para o 4º Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia.

A motivação do protesto aparece em relatos da imprensa local e em nota publicada pelo governo da Bahia no dia da manifestação. O ato foi reprimido por policiais militares, que usaram gás de pimenta.

Na última quinta-feira, 28 de abril, o governo baiano se reuniu com os indígenas para retomar o diálogo. A principal reivindicação apresentada foi a equiparação salarial dos professores indígenas com os demais docentes da rede pública estadual.

Em nota enviada ao Aos Fatos, a assessoria do governo da Bahia disse que a alegação presente na peça desinformativa é falsa e que “o acampamento indígena conta com o apoio e incentivo do da Bahia, que está ao lado dos povos indígenas na defesa de suas pautas e na luta contra os retrocessos no âmbito federal”.

Protesto. A manifestação contrária ao presidente Jair Bolsonaro (PL) referida nas peças de desinformação aconteceu em Porto Seguro no dia 22 de abril, data em que o presidente visitou a cidade para participar de uma homenagem à chegada dos portugueses ao Brasil. O protesto foi organizado por ativistas da comunidade Pataxó, uma das etnias representadas no acampamento em Salvador.

Referências:

1. Facebook (Mupoiba)
2. Governo do Estado da Bahia (1 e 2)
3. Correio 24 Horas
4. Bahia Municipios
5. Alba
6. Revista Fórum
7. Metrópoles
8. Instagram (Mupoiba)


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Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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