Durante a sabatina de Flávio Dino (PSB) na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, as buscas sobre o ministro da Justiça indicado pelo presidente Lula (PT) para a vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) dispararam na internet.
- O nome dele ficou entre os cinco termos mais procurados no Brasil, segundo o Google Trends;
- A maior parte das buscas está relacionada a peças de desinformação sobre Dino, que é alvo recorrente de conteúdos do tipo;
- Segundo a ferramenta Answer The Public, as duas principais buscas sobre Dino questionam se o ministro é ficha limpa e o número de processos ao qual ele responde;
- Desde maio deste ano, circulam nas redes alegações falsas de que Dino responderia a 277 processos.
A informação enganosa usa como base resultados do site Jusbrasil, mas ignora que isso inclui processos nos quais o senador atuou como advogado ou juiz. Certidões entregues pelo ministro ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2022 comprovam que ele não responde a processos criminais ou cíveis. Dino também não é réu em ações em tribunais superiores.
A terceira principal pesquisa sobre Dino pergunta o que ele foi fazer no Complexo da Maré. Em março, o ministro da Justiça esteve na favela para participar de uma reunião com a ONG Redes da Maré, que lançou um boletim com dados de segurança da região. Publicações enganosas usaram o fato para fazer falsas associações do ministro com o crime organizado, mentindo sobre ele não ter sido escoltado por policiais durante a visita e sobre ter causado uma onda de violência na região, ambas afirmações falsas.
Durante a sabatina na CCJ, o senador Rogério Marinho (PL-RN) insinuou uma relação entre Dino e o crime organizado, em linha com peças desinformativas que circularam na internet desde março. “O senhor não temeu pela sua integridade física quando foi à favela da Maré com pouquíssima condição de segurança pública”, disse Marinho.
Além das buscas relacionadas à desinformação, também estão em alta perguntas sobre a religião e família do ministro. “Flávio Dino e Bíblia”, “Flávio Dino é casado?” e “Flávio Dino tem quantos filhos?”, são alguns exemplos. As pesquisas podem estar associadas a boatos preconceituosos sobre o senador, como o de que ele teria participado da parada LGBT em São Paulo e outro a respeito de suposta pressão de evangélicos contra a indicação dele ao STF.