Posts compartilham vídeo editado para sugerir que Lula foi humilhado em MG

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Foi editado o vídeo em que um apoiador de Lula (PT) diz ter sentido orgulho do momento em que o presidente foi preso. As peças de desinformação cortam o trecho final da gravação para sugerir que o petista teria sido humilhado. No vídeo completo, o apoiador diz ter se orgulhado da atitude do presidente, que manteve a cabeça erguida, apesar das acusações.

As peças de desinformação somavam 50.000 visualizações no TikTok, 48.000 curtidas no Instagram, além de centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta terça-feira (11).

Pensa num orgulho. Tbm fiquei orgulhoso de ver um Ladrão preso

Presidente Lula (à esq.), homem branco de cabelo e barba grisalhos, usa uma camisa branca. Ele está ao lado de um apoiador com roupa e boné nas cores vermelho e branco, que está segurando um microfone (à dir.). Legenda enganosa diz: ‘Lula passa mais uma vergonha’

Posts nas redes têm disseminado um vídeo editado para fazer crer que o presidente Lula teria sido humilhado por um apoiador durante um evento em Minas Gerais na última sexta-feira (7). No trecho compartilhado pelas publicações enganosas, o eleitor diz ter sentido orgulho do momento em que o petista foi preso, em 2018.

As peças de desinformação recortam o trecho seguinte do discurso, quando a declaração é contextualizada. Na sequência, o homem diz ter sentido orgulho do fato de que o presidente manteve a cabeça erguida quando foi preso, mostrando que não devia nada a ninguém.

Lula ficou preso por 580 dias na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná e foi solto após o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir, por 6 votos a 5, que um condenado só pode ser preso após o trânsito em julgado — quando não há mais recursos —, o que alterou a jurisprudência anterior.

Em 2021, as condenações foram anuladas, porque o STF considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato no Paraná, não tinha competência para processar e julgar Lula. O petista manteve sua condição de inocência e não tem pendências com a Justiça atualmente.

O caminho da apuração

Aos Fatos analisou o registro original e verificou que o vídeo difundido pelas peças enganosas foi editado e retirado do contexto original. Procuramos, então, pela gravação original, e usamos reportagens publicadas pela imprensa para contextualizar a checagem.

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