Publicações nas redes sociais enganam ao usar uma foto do presidente do PSOL, Juliano Medeiros, para ilustrar um vídeo sobre Giovanni Quintella Bezerra, médico anestesista preso por estuprar uma paciente no momento do parto (veja aqui). A foto utilizada no vídeo foi retirada do Instagram do político, que não tem nenhuma relação com o caso.
Esta peça de desinformação acumulava centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (15).
O homem que aparece em vídeo intitulado “anestesista estuprador é apoiador de Lula” é Juliano Medeiros, presidente do PSOL, e não o médico Giovanni Quintella Bezerra, preso após ser filmado estuprando uma paciente desacordada durante o parto. A postagem, que traz uma ilação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a posição política do médico, usa uma foto publicada por Medeiros em seu perfil oficial no Instagram no dia 7 de maio, quando participou do lançamento da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Não há registro de que o médico, preso na última segunda-feira (11) em flagrante no hospital público em que trabalhava, em São João do Meriti (RJ), integre o PSOL. A base de dados do Brasil.io, que reúne dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de pessoas filiadas a partidos políticos até abril de 2016, mostra que não havia nenhum “Giovanni Quintella Bezerra” filiado ao partido até aquele momento.
Vale lembrar que não é possível conferir a lista de filiados do TSE desde agosto de 2021, quando o tribunal limitou a divulgação dos dados por causa da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Contatado, o PSOL confirmou que Bezerra não é filiado ao partido e disse que “a publicação em questão é falsa e criminosa”.
O Aos Fatos também buscou por indícios que demonstrariam que Bezerra seria um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como afirmam as postagens, mas não encontrou nenhum registro em reportagens sobre a sua atuação nas redes sociais — publicadas pelos sites UOL, G1 e Metrópoles, por exemplo. Há apenas relatos de que o anestesista seguia no Facebook páginas como “Cirão da Massa” e “Jovens de Esquerda”.
Na terça-feira (12), o Aos Fatos também desmentiu que Bezerra teria publicado mensagens de apoio a Bolsonaro em 2018.
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