Posts mentem ao afirmar que Cláudio Castro solicitou GLO para operação no Rio

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Não é verdade que o presidente Lula (PT) negou um pedido de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) feito pelo governo do Rio de Janeiro pouco antes da megaoperação policial ocorrida em 28 de outubro. O governador Cláudio Castro (PL) não solicitou a medida e afirmou, ainda, que discorda de quem defende que ele deveria tê-la pedido.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam cerca de 2.000 curtidas no Instagram e 2.500 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta terça-feira (4).

O presidente Lula decretou GLO no Belém do Pará, porque vai ter a COP-30 lá no Belém do Pará. Agora, no Rio de Janeiro, onde o governador pediu ajuda três vezes, ele negou.

A imagem mostra uma pessoa de uniforme escuro, posando diante de uma parede clara. Ela usa uma boina preta com um distintivo dourado preso na lateral. A camisa do uniforme tem ombreiras e dois emblemas visíveis: um no lado esquerdo do peito, com o texto 'SEGURANÇA' e um símbolo abaixo, e outro bordado acima do bolso direito, também com a palavra 'SEGURANÇA'. A pessoa está centralizada na imagem, olhando para a frente.

Publicações nas redes enganam ao afirmar que Lula teria negado um pedido de GLO feito por Cláudio Castro antes da megaoperação ocorrida no Rio na última semana. O governador fluminense não solicitou a implementação da medida antes da ação policial — embora tenha feito declarações incorretas sobre o tema.

Em entrevista à imprensa, Castro afirmou, inclusive, que discorda de quem defende o uso do dispositivo e que sua prioridade é obter apoio logístico e financeiro do governo federal.

A GLO é um instrumento previsto na Constituição que autoriza o emprego das Forças Armadas em ações de segurança pública em situações excepcionais, como greves policiais, crises humanitárias, eventos internacionais e ondas de violência.

Pela legislação vigente (confira aqui e aqui), o presidente da República é o único com poder de decretar uma GLO. A solicitação, no entanto, pode ser feita também por parte de governadores e dos presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal), do Senado e da Câmara.

O próprio Castro solicitou o uso do instrumento durante a Cúpula dos Brics, ocorrida em junho deste ano. Na ocasião, Lula autorizou a medida, que também foi adotada durante a realização da Cúpula do G20, no Rio. Governadores de outros estados também já recorreram ao mesmo dispositivo em diferentes momentos.

As peças dão a entender que o presidente teria se recusado a autorizar a medida para priorizar o envio de tropas a Belém (PA), cidade que sediará a COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) entre 10 e 21 de novembro.

De fato, após um pedido do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), Lula autorizou nesta segunda-feira (3) o emprego das Forças Armadas sob a GLO em Belém e outros municípios do estado até o dia 23 de novembro, período de realização do evento.

O caminho da apuração

Aos Fatos buscou declarações do governador Cláudio Castro (PL), que afirmou em coletiva não ter solicitado o dispositivo e discordar de quem defende que deveria ter feito o pedido. Também consultamos a legislação que regulamenta o uso da GLO e canais do governo para verificar se houve alguma declaração por parte do Executivo sobre o tema.

Referências

  1. Aos Fatos
  2. CNN Brasil
  3. Governo federal (1, 2 e 3)
  4. Agência Brasil
  5. BBC Brasil
  6. GLO

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