Posts enganam ao afirmar que Hamas assassinou todas as mulheres sequestradas durante guerra com Israel

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Não é verdade que o Hamas libertou apenas os homens israelenses que mantinha como reféns porque todas as mulheres capturadas foram mortas. As peças de desinformação que compartilham a lista dos homens liberados do cativeiro omitem que, nos últimos dois anos, o grupo extremista palestino libertou dezenas de mulheres que havia sequestrado em outubro de 2023, como parte das negociações com Israel.

As peças de desinformação acumulavam 17,5 mil curtidas no Instagram, 1.200 compartilhamentos no Facebook e centenas de compartilhamentos no X até a tarde desta terça-feira (14).

Observem que nenhuma mulher sequestrada ficou viva nas mãos dos terroristas [Hamas]. E tem mulheres espalhadas pelo mundo que acreditam que o problema é Israel e levantam bandeira.

Post no X mostra um texto e uma captura de tela de notícia com o título ‘Hamas publica lista de 20 reféns vivos que serão libertados hoje’. A imagem exibe 20 homens, distribuídos em três fileiras, com nomes listados abaixo. O texto acima da imagem mente ao afirmar que nenhuma mulher sequestrada permaneceu viva.

Posts nas redes têm compartilhado a lista dos 20 reféns liberados pelo Hamas na última segunda-feira (13) — todos homens — para alegar que o grupo extremista teria assassinado todas as mulheres que mantinha em cativeiro. As peças de desinformação omitem que, em negociações ocorridas ao longo dos últimos dois anos, o grupo libertou dezenas de mulheres que haviam sido sequestradas.

Durante um cessar-fogo em novembro de 2023, um mês após o início do conflito, o Hamas libertou 50 mulheres e crianças em troca de prisioneiros palestinos. Estavam entre elas Hila Rotem e Emily Hand, de 13 e nove anos, que haviam sido sequestradas em 7 de outubro.

Entre 19 e 25 de janeiro deste ano, durante outro cessar-fogo, o grupo libertou outras sete mulheres, sendo três civis e quatro militares israelenses. Cinco dias depois, em 30 de janeiro, foram liberadas mais duas mulheres, sendo uma delas militar.

Também houve reféns libertadas por meio de operações de resgate das forças israelenses, como Noa Argamani, em junho de 2024, que havia sido levada por membros do Hamas durante um festival de música eletrônica em 7 de outubro de 2023.

Não há uma contagem pública, corroborada por fontes independentes, que permita afirmar com precisão quantas mulheres sequestradas morreram ao serem mantidas em cativeiro pelo Hamas. Há registro, no entanto, de pelo menos uma morte confirmada — a de Inbar Hayman, cujo corpo foi recuperado por forças israelenses.

Na segunda (13), o Hamas libertou o que se acredita serem os últimos 20 últimos reféns com vida, sequestrados em 7 de outubro de 2023. O governo de Israel acredita que os demais 28 reféns estão mortos, sendo que dois deles, também homens, têm a situação oficialmente desconhecida.

O caminho da apuração

Aos Fatos analisou relatórios oficiais do governo de Israel e comunicados das autoridades sobre libertações de reféns, incluindo dados sobre trocas de prisioneiros e operações de resgate conduzidas pelas forças de segurança. A reportagem cruzou essas informações com registros de imprensa local e internacional para identificar datas, nomes e números de reféns libertados.

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