Postagens nas redes sociais enganam ao afirmar que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), propôs medidas para implementar “ideologia de gênero" nas escolas (veja aqui). O termo é usado pejorativamente em referência a pautas LGBTQIA+ e feministas, mas não há registros de que o atual governo gaúcho planeje ou tenha adotado ações nesse sentido no ambiente escolar.
A peça de desinformação, que surgiu após Leite assumir publicamente ser gay, reunia centenas de compartilhamentos no Facebook nesta terça-feira (6) e foi marcada com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).
Este homem não me representa! Não votei nele, com Orgulho! Pode ser Gay, Hetero, Trans, Bi, Power Ranger, o que ele quiser, é problema dele. Mas um homem, intitulado de Governador do Estado, querer implementar Ideologia de Gênero e banheiros coletivos nas escolas, me dá Asco!!
É falsa a alegação de que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), pretende implementar nas escolas "ideologia de gênero", termo pejorativo empregado por grupos de direita e religiosos em referência à educação sexual e a pautas feministas e LGBTQIA+. Aos Fatos não localizou qualquer projeto ou ação da atual gestão nesse sentido no ambiente escolar.
A assessoria de Eduardo Leite e a Secretaria de Estado de Educação do RS também negaram que o governo gaúcho tenha adotado nas escolas medidas que possam ser associadas à "ideologia de gênero".
Segundo a secretaria, as ações de diversidade em vigor hoje nas escolas foram propostas em gestões passadas, como o direito de o estudante usar o nome social, regulamentado em 2013 — no governo Tarso Genro (PT) —, e a inclusão de sugestões nas matrizes educacionais "para que sejam trabalhadas questões relacionadas à diversidade e demais temas relacionados aos direitos humanos".
Também não há nenhuma ideia em andamento para alterar as designações de gênero nos banheiros das escolas, como sugere o texto desinformativo.
Esta peça de desinformação começou a circular após Leite dizer que é homossexual em uma entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, no dia 1º de julho.