É falso que um vídeo mostre o momento em que um homem deu um soco em Jair Bolsonaro (PL) após o então candidato à Presidência ter sido vítima de uma facada durante a campanha de 2018, conforme é dito nas redes sociais (veja aqui). Naquele ano, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) explicou que a pessoa filmada é um policial federal que fazia parte da equipe de segurança e encostou a mão no pai dele quando tentava ajudar a colocá-lo no carro.
As postagens enganosas contam com ao menos 26 mil visualizações no YouTube, 2.665 interações no Instagram e dezenas de compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (15).
QUEM MANDOU MATAR BOLSONARO? Para a imprensa não foi o PSOL
Um vídeo que mostra o presidente Jair Bolsonaro momentos após a facada que levou durante a campanha eleitoral, em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), vem sendo compartilhado nas redes com uma edição que leva a crer que ele foi alvo ainda de um soco ao ser socorrido, o que é falso. Um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, desmentiu a desinformação na época. Um inquérito da Polícia Federal também concluiu que não houve agressão.
Segundo o deputado, o agente da PF Luiz Felipe Félix ajudava a carregar Bolsonaro para o carro na ocasião. No inquérito, a PF diz que analisou o histórico de Félix, que fazia parte da equipe de segurança do então candidato, e descartou a participação dele no ataque. A corporação afirma, ainda, que o agente foi hostilizado e teve que ser transferido para outro local por causa da desinformação.
O homem que supostamente deu um soco em Bolsonaro é um Policial Federal. Não foi um soco, sua mão estava mole, ele estava direcionando o corpo de JB para entrar no carro. A mão está fechada, mas na hora foi desse jeito, sem querer mesmo, podem acreditar. Fiquem tranquilos 👍 pic.twitter.com/YvpcZyw2oS
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) September 9, 2018
As publicações também enganam ao sugerir a participação do PSOL no atentado contra Bolsonaro. O primeiro inquérito da PF analisou imagens e documentos presentes nos celulares e computadores do autor do crime, Adélio Bispo, e escutou testemunhas. Ainda em setembro, a investigação foi encerrada, com a conclusão de que Bispo havia agido sozinho por “inconformismo político”. O segundo inquérito foi finalizado em maio de 2020 com o mesmo desfecho. Desde o ataque, apoiadores de Bolsonaro reiteram a informação de que Bispo havia sido filiado ao PSOL, o que de fato ocorreu entre 2007 e 2014.
Em novembro de 2021, a investigação foi retomada porque o TRF1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) liberou acesso a informações obtidas em quebra de sigilo bancário do ex-advogado de Bispo, Zanone Júnior, e em operação de busca e apreensão no seu escritório. No entanto, ainda não foram divulgadas novas informações sobre o caso.
A desinformação também foi checada pelo Estadão Verifica.
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