Pfizer não registrou patente de sistema para rastrear pessoas vacinadas

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Não é verdade que a Pfizer patenteou um sistema de rastreamento de vacinados em todo o mundo, como afirmam postagens que circulam nas redes sociais (veja aqui). A patente não pertence à empresa, mas a advogados israelenses. Contatados por Aos Fatos, eles afirmaram que nenhuma farmacêutica teve interesse na tecnologia. A Pfizer também negou, por meio de sua assessoria, que tenha feito tal registro.

O conteúdo enganoso acumulava centenas de compartilhamentos em publicações no Facebook nesta quinta-feira (4), e também circula no Twitter e no WhatsApp (Fale com Fátima).


Selo falso

Este pedido de patente da Pfizer, aprovado em 31 de agosto de 2021, é a primeira patente para fins de rastreamento de contato remoto de todos os seres humanos vacinados em todo o mundo. É isso mesmo que você leu!

Postagens nas redes sociais enganam ao dizer que a Pfizer teve uma patente aprovada em 31 de agosto de 2021 para um sistema de rastreamento remoto de todos os seres humanos vacinados pelo mundo. Em nota, a farmacêutica afirmou que “não confirma registro de patente e nenhum componente que faça o rastreamento de vacinados”.

Aos Fatos não localizou qualquer pedido de registro da Pfizer com o objetivo de rastrear imunizados em consulta aos bancos de dados dos seguintes órgãos: Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), EPO (Escritório Europeu de Patentes) e USPTO (Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos).

As postagens compartilham o link de uma patente solicitada pelos advogados Gal Ehrlich e Maier Fenster, sócios da Ehrlich & Fenster, empresa israelense que trabalha na solicitação de novos pedidos de registros para empresas multinacionais, entre elas a Pfizer.

Em email ao Aos Fatos, Gal Ehrlich afirmou que a patente aprovada pertence somente a ele e ao seu sócio, sem participação da farmacêutica. “Infelizmente, nem a Pfizer, nem ninguém, até agora, expressou qualquer interesse nesta invenção. A patente não tem nada a ver com a Pfizer ou qualquer outro medicamento ou fabricante de vacina em particular.”

Rastreamento. A invenção patenteada por Ehrlich e Fenster é um sistema de rastreamento de contatos que tem o objetivo de identificar pessoas infectadas por doenças contagiosas. Para isso, as pessoas levariam consigo “dispositivos eletrônicos” que, na proximidade de outro dispositivo, poderiam trocar informações e auxiliar as autoridades no controle de doenças.

De acordo com as interações sociais e hábitos sanitários das pessoas, o dispositivo geraria uma pontuação para saber quem deveria ter prioridade no atendimento médico. Aos Fatos, no entanto, não localizou qualquer software ou dispositivo eletrônico utilizado atualmente que opere o sistema proposto pelos advogados israelenses.

Origem. As peças de desinformação têm origem em uma postagem do engenheiro de computação Lorenzo Ridolfi, no Twitter. Ele apagou a publicação e, posteriormente, admitiu que errou ao relacionar a patente à Pfizer e ao afirmar que se tratava do rastreamento de vacinados.


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|de verificação de fatos do Facebook. Veja aqui como funciona a parceria.


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