🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Novembro de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Pfizer não registrou patente de sistema para rastrear pessoas vacinadas

Por Marco Faustino

4 de novembro de 2021, 15h24

Não é verdade que a Pfizer patenteou um sistema de rastreamento de vacinados em todo o mundo, como afirmam postagens que circulam nas redes sociais (veja aqui). A patente não pertence à empresa, mas a advogados israelenses. Contatados por Aos Fatos, eles afirmaram que nenhuma farmacêutica teve interesse na tecnologia. A Pfizer também negou, por meio de sua assessoria, que tenha feito tal registro.

O conteúdo enganoso acumulava centenas de compartilhamentos em publicações no Facebook nesta quinta-feira (4), e também circula no Twitter e no WhatsApp (Fale com Fátima).


Selo falso

Este pedido de patente da Pfizer, aprovado em 31 de agosto de 2021, é a primeira patente para fins de rastreamento de contato remoto de todos os seres humanos vacinados em todo o mundo. É isso mesmo que você leu!

Postagens nas redes sociais enganam ao dizer que a Pfizer teve uma patente aprovada em 31 de agosto de 2021 para um sistema de rastreamento remoto de todos os seres humanos vacinados pelo mundo. Em nota, a farmacêutica afirmou que “não confirma registro de patente e nenhum componente que faça o rastreamento de vacinados”.

Aos Fatos não localizou qualquer pedido de registro da Pfizer com o objetivo de rastrear imunizados em consulta aos bancos de dados dos seguintes órgãos: Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), EPO (Escritório Europeu de Patentes) e USPTO (Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos).

As postagens compartilham o link de uma patente solicitada pelos advogados Gal Ehrlich e Maier Fenster, sócios da Ehrlich & Fenster, empresa israelense que trabalha na solicitação de novos pedidos de registros para empresas multinacionais, entre elas a Pfizer.

Em email ao Aos Fatos, Gal Ehrlich afirmou que a patente aprovada pertence somente a ele e ao seu sócio, sem participação da farmacêutica. “Infelizmente, nem a Pfizer, nem ninguém, até agora, expressou qualquer interesse nesta invenção. A patente não tem nada a ver com a Pfizer ou qualquer outro medicamento ou fabricante de vacina em particular.”

Rastreamento. A invenção patenteada por Ehrlich e Fenster é um sistema de rastreamento de contatos que tem o objetivo de identificar pessoas infectadas por doenças contagiosas. Para isso, as pessoas levariam consigo “dispositivos eletrônicos” que, na proximidade de outro dispositivo, poderiam trocar informações e auxiliar as autoridades no controle de doenças.

De acordo com as interações sociais e hábitos sanitários das pessoas, o dispositivo geraria uma pontuação para saber quem deveria ter prioridade no atendimento médico. Aos Fatos, no entanto, não localizou qualquer software ou dispositivo eletrônico utilizado atualmente que opere o sistema proposto pelos advogados israelenses.

Origem. As peças de desinformação têm origem em uma postagem do engenheiro de computação Lorenzo Ridolfi, no Twitter. Ele apagou a publicação e, posteriormente, admitiu que errou ao relacionar a patente à Pfizer e ao afirmar que se tratava do rastreamento de vacinados.

Referências:

1. Wipo
2. Inpi
3. EPO
4. USPTO
5. Ehrlich & Fenster
6. Iam Media
7. Twitter


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