Petrobras não demitiu 300 funcionários após indicação de general à presidência

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Não é verdade que a Petrobras demitiu 300 funcionários ligados ao ex-ministro José Dirceu (PT) após a indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna para a presidência da empresa, conforme afirmam postagens nas redes (veja aqui). Além de a estatal ter desmentido o boato em nota ao Aos Fatos, não há nenhuma menção a essa medida no DOU (Diário Oficial da União).

A peça de desinformação, que vem sendo compartilhada em diversas versões, foi enviada por leitores do Aos Fatos no WhatsApp como sugestão de checagem (inscreva-se aqui). No Facebook, peças com o conteúdo enganoso reuniam ao menos 7.000 compartilhamentos até a tarde desta terça-feira (23) e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (saiba como funciona).


Nesse momento: mais de 300 funcionários ligados a José Dirceu foram demitidos da PETROBRAS. Um andar inteiro do prédio foi esvaziado para acomodação de militares e da Polícia Federal.

Não é verdade que 300 funcionários da Petrobras foram demitidos na manhã desta terça-feira (23). Em nota, a estatal negou a informação e disse que as publicações não têm “nenhum fundamento”. Aos Fatos também não encontrou registro sobre demissões de funcionários da Petrobras no DOU (Diário Oficial da União) ou na imprensa.

Aos Fatos também entrou em contato com a PF (Polícia Federal) para verificar se a informação de que policiais seriam alocados na sede da Petrobras procederia. Por e-mail, a assessoria da instituição disse que “não há qualquer informação nesse sentido no âmbito da PF”.

As peças de desinformação são muitos semelhantes a um áudio que vem circulando no WhatsApp em que um homem não identificado diz “que o negócio tá fervendo lá em Brasília com o negócio da Petrobras. Diz que botaram um presidente novo, que é um general. Diz que o cara é ruim, ruim, ruim, mais quinhentas vezes. Diz que até às 11 horas da manhã, ele tinha demitido, do prédio central da Petrobras, 300 funcionários”.

Diferentemente do que sugere a peça, no entanto, o general Joaquim Silva e Luna, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a estatal, ainda não assumiu o cargo. Sua indicação foi feita na última sexta-feira (19) e deve ser discutida em reunião do Conselho de Administração da empresa nesta terça-feira. Em tese, o mandato de Roberto da Cunha Castello Branco, atual presidente da Petrobras, termina apenas no dia 20 de março.

Outra informação incorreta presente no áudio é que a sede da Petrobras ficaria em Brasília, quando, na verdade, ela está no Rio de Janeiro.

O Boatos.org também publicou uma checagem sobre o assunto.

Colaborou Marco Faustino.

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