É falso que o depósito de munição do Exército em Paracambi (RJ), mostrado em um vídeo que circula nas redes, foi pintado de vermelho após o início do governo Lula (PT). Conforme pode ser verificado nos registros do Google Street View, o local possui as mesmas cores ao menos desde 2010.
As publicações enganosas acumulavam ao menos 6.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta quinta-feira (27). O conteúdo também circula no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Brasil acima de tudo pintado de vermelho. Tenho 60 anos, passo em frente a esse batalhão há, no mínimo, 55 anos. Pintado de vermelho.
São enganosas as afirmações feitas por um casal não identificado em um vídeo que circula nas redes que mostra as paredes de uma edificação militar pintadas de vermelho. De acordo com os autores, o local teria a fachada verde há décadas, mas mudou de coloração recentemente, após o início do governo Lula (PT), o que não é verdade. O depósito central de munição do Exército de Paracambi (RJ), estrutura mostrada nas imagens, é pintado de vermelho há ao menos 13 anos.
Conforme pode ser verificado em registros do Google Street View, o local tem a fachada vermelha e branca ao menos desde 2010 (veja abaixo). Há onze registros do depósito entre março daquele ano e abril de 2022 e em todos eles as paredes são idênticas às do vídeo que tem circulado nas redes.
Diferentemente do que faz crer o vídeo, o vermelho é uma das cores oficiais do Exército desde 1980, data em que foi publicada uma portaria do Ministério da Defesa sobre o tema. A área da saúde, por exemplo, usa o vermelho e o branco, enquanto a logística usa o vermelho, o amarelo e o cinza-aço. Em nota enviada ao Aos Fatos, a assessoria da força explicou que a combinação entre branco e vermelho também é usada historicamente pela cavalaria da corporação.
Nas últimas semanas, diversos vídeos enganosos têm circulado nas redes para sugerir que instalações do Exército em diferentes cidades do país teriam sido pintadas de vermelho após Lula assumir a presidência.
A Reuters também publicou uma checagem sobre essa peça de desinformação.