É falso que, em sua primeira missa, o papa Leão 14 mencionou Jair Bolsonaro (PL) como um dos líderes que apoiam a igreja, como fazem crer posts nas redes. O pontífice não citou o ex-presidente nem qualquer outro político no rito celebrado na sexta-feira (9). O áudio que circula nas postagens foi gerado por meio de inteligência artificial.
Publicações enganosas nas redes acumulavam ao menos 1,2 milhão de visualizações no TikTok até a tarde desta terça-feira (13). A peça desinformativa ainda alcançou centenas de usuários no Kwai e no Facebook.
Novo papa faz oração na sua primeira missa e cita Bolsonaro entre os líderes que apoiam a igreja. Ex-presidente cai em lágrimas ao saber!

Não é verdade que o papa Leão 14 mencionou Jair Bolsonaro como um dos líderes que apoiam a igreja durante a sua primeira missa no Vaticano, celebrada na última sexta-feira (9) para o colégio de cardeais. Além de o áudio possuir distorções comuns em conteúdos gerados por IA — como voz robótica e pronúncias incomuns —, não há registros de que o pontífice tenha citado o político no sermão.
A primeira missa celebrada pelo pontífice aconteceu na Capela Sistina, um dia após o Conclave que o elegeu como o novo líder da Igreja Católica. Durante a homilia, o papa transmitiu uma mensagem de fé, compromisso com a missão evangelizadora e sacrifícios, além de reforçar a sua missão frente à Santa Sé.
No sermão, transmitido ao vivo pelo Canal Vatican News, no YouTube, não há menção ao ex-presidente Bolsonaro, a outros políticos ou a qualquer agenda política (veja abaixo).
Alegação semelhante foi desmentida pelo Aos Fatos nesta segunda-feira (12). Posts afirmavam que o papa Leão 14 teria dito ser um admirador de Lula (PT) e que o considerava “o melhor presidente do mundo”, o que é falso.
Esta peça de desinformação também foi verificada pelo Fato ou Fake, pelo Boatos.org, pelo Estadão Verifica e pela Lupa.
O caminho da apuração
Aos Fatos buscou na imprensa e nos canais oficiais do Vaticano informações sobre a primeira missa presidida pelo papa Leão 14 e identificou que em nenhum momento o pontífice mencionou o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro ou de qualquer outro político brasileiro.