Não é verdade que o papa Leão 14 declarou em sua primeira entrevista que o presidente Lula (PT) é “o maior presidente do mundo” e que o “admira muito”, como alegam posts nas redes. O pontífice não citou o brasileiro em seu discurso para jornalistas nesta segunda-feira (12) nem qualquer outro político.
Publicações nas redes com o conteúdo enganoso acumulavam 55 mil visualizações no TikTok e 49 mil curtidas no Instagram até a tarde desta segunda-feira (12). Os posts falsos também alcançaram dezenas de compartilhamentos no Facebook.
Papa Leão XIV se declara ao presidente Lula.
É falso que o papa Leão 14 disse em sua primeira entrevista para a imprensa que Lula é “o maior presidente do mundo”, tampouco que afirmou ser admirador do petista. Posts nas redes usam uma história inventada com uma narração feita por inteligência artificial para espalhar a falsa declaração do pontífice.
Na manhã desta segunda-feira (12), o papa teve seu primeiro encontro oficial com a imprensa. Em seu discurso, ele não citou o nome de Lula ou de qualquer outro político — brasileiro ou estrangeiro. Leão 14 defendeu a importância da imprensa, da comunicação, do combate aos discursos de ódio e preconceitos, além de pregar a paz.
Além disso, a peça enganosa circula nas redes ao menos desde sábado (10), o que reforça que o conteúdo não é verdadeiro. O discurso foi transmitido ao vivo pelo canal Vatican News, no YouTube (veja abaixo).
Também não há registro na imprensa nacional e internacional de que o pontífice tenha mencionado o presidente brasileiro em outras situações.
Desde a escolha de Leão 14 como o novo líder da Igreja Católica, na última quinta-feira (8), o Aos Fatos já desmentiu três peças mentirosas sobre histórias envolvendo o pontificado recém-inaugurado (veja aqui, aqui e aqui).
Esta peça de desinformação também foi verificada pelo Boatos.org.
O caminho da apuração
Aos Fatos buscou na imprensa e nos canais oficiais do Vaticano informações sobre a primeira entrevista concedida pelo papa Leão 14 à mídia mundial e identificou que em nenhum momento o pontífice mencionou o nome do presidente Lula ou de qualquer outro político brasileiro. Além disso, a peça enganosa foi publicada dias antes do primeiro contato do papa com a imprensa, o que reforça que o conteúdo é falso.
