Países emergentes sofrem desaceleração
Em encontro do G20, na Turquia, Dilma afirma que economias em desenvolvimento têm enfrentado dificuldades e 'decréscimo' por conta da crise
Apresidente Dilma Rousseff justificou nesta segunda-feira (16) o crescimento negativo brasileiro a partir de uma análise das dificuldades enfrentadas pelas economias emergentes do mundo. Embora a crise tenha afetado de maneira mais brusca o Brasil e a Rússia, por motivos semelhantes e diferentes, há, sim, um cenário ruim para os mercados em desenvolvimento, sobretudo por conta da queda no preço do barril do petróleo e da consequente desvalorização das commodities.
Numa parceria com membros da International Fact-Checking Network, Aos Fatos compõe um time de checadores do discurso de líderes mundiais que compareceram à reunião do G20, em Antália, na Turquia, durante o domingo (15) e esta segunda-feira (16).
A crise, depois desse período de seis anos, atinge os países emergentes, com desaceleração acentuada no seu crescimento, até com decréscimo, como é o caso do Brasil.
Dois fatos preponderantes dificultaram o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) das economias emergentes: a queda generalizada do preço das commodities e as variações cambiais. O preço do barril de petróleopuxou para baixo o preço das commodities no mercado internacional. Desde julho de 2014, as mercadorias agrícolas e industriais enfrentam grande desvalorização.
O resultado desse cenário é que os demais países considerados emergentes pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), conforme gráfico abaixo, têm enfrentado desaceleração e recessão.
Como Aos Fatos já havia mostrado em agosto, a queda generalizada dascommodities teve impacto significativo na economia brasileira — sobretudo pelo fato de que, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil amparou seu fluxo de investimentos internos na receita gerada pela alta dessas mercadorias.
Segundo relatório do FMI publicado no mês passado, enquanto a atividade nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento tem projeção de desaceleração pelo quinto ano seguido, o cenário reflete poucas perspectivas para as maiores economias emergentes e países exportadores de petróleo.
Diz o FMI que, "num ambiente de declínio dos preços das commodities, fluxo de capitais reduzido para mercados emergentes e pressão sobre suas moedas, além de crescente volatilidade no mercado financeiro, há risco de piora nas perspectivas, particularmente para os países emergentes e em desenvolvimento".
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