🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2020. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

OMS não orientou evitar sexo com animais para se prevenir do coronavírus

Por Amanda Ribeiro

29 de janeiro de 2020, 15h14

Não é verdade que a OMS (Organização Mundial da Saúde) orientou a população a evitar relações sexuais sem proteção com animais silvestres ou criados em fazendas para reduzir risco de contrair o novo coronavírus. A informação falsa consta em versão adulterada de uma publicação feita pelo órgão da ONU no Twitter na segunda-feira (27) (veja aqui). No texto original, a orientação é apenas evitar o contato com esses animais.

A montagem tem sido compartilhada principalmente no WhatsApp, por onde foi enviada ao Aos Fatos como sugestão de checagem (inscreva-se aqui). Devido à natureza do aplicativo, não há como medir com precisão o alcance do conteúdo enganoso. Publicações do tipo também foram encontradas no Facebook e marcadas com o selo FALSO na ferramenta de monitoramento da rede social (entenda como funciona).


FALSO

Uma imagem publicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no Twitter com orientações de como a população pode se prevenir contra o coronavírus circula adulterada nas redes sociais como se uma das recomendações fosse evitar sexo desprotegido com animais. Na versão original, a instrução é que as pessoas apenas evitem o contato com espécies silvestres ou criadas em fazendas, uma vez que ainda não se sabe exatamente qual é o vetor de transmissão do vírus.

Em seu site, a organização também cita outras formas de prevenção importantes contra o 2019-nCov, nome dado à variação do vírus que surgiu na China nas últimas semanas. É importante lavar as mãos com frequência, cobrir o nariz e a boca ao espirrar e tossir, evitar o contato com qualquer pessoa que apresente febre e tosse; buscar ajuda médica em caso de qualquer sintoma relacionado à doença e evitar o consumo de alimentos crus.

Coronavírus. Grande família viral descoberta na década de 1960 que causa infecções respiratórias em animais e seres humanos, os coronavírus geralmente causam sintomas semelhantes aos de um resfriado comum. Algumas manifestações do vírus, no entanto, geram quadros clínicos mais graves — caso do SARS-CoV, que se alastrou pela China em 2002 e deixou ao menos 800 mortos pelo mundo.

No último dia de 2019, a OMS emitiu o alerta para uma doença responsável por um quadro similar ao da pneumonia na cidade de Wuhan, sétima maior cidade da China. Desde então, o vírus — chamado de 2019-nCov — se espalhou para 14 países, causando, até o momento, 132 mortes. No Brasil, houve suspeita de cinco casos até agora, todos descartados pelo Ministério da Saúde.

Em reportagem publicada na última sexta-feira (24), o Aos Fatos detalhou tudo que se sabe até agora sobre a epidemia. O conteúdo vem sendo atualizado à medida em que novas informações sobre a doença são anunciadas.

Na última terça-feira, também foi publicado um desmentido sobre uma postagem que viralizou nas redes. De acordo com o boato, já existiria desde 2015 a patente de uma cepa enfraquecida do coronavírus, criada em laboratório. Apesar de o registro realmente existir, ele se refere a um outro vírus da mesma família, o IBV, que causa bronquite infecciosa em aves.

Referências:

1. OMS (Fontes 1 e 2)
2. Secretaria de Saúde de São Paulo
3. G1 (Fontes 1 e 2)
4. Johns Hopkins
5. Aos Fatos (Fontes 1 e 2)


De acordo com nossos esforços para alcançar mais pessoas com informação verificada, Aos Fatos libera esta reportagem para livre republicação com atribuição de crédito e link para este site.


Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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