Não é verdade que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) votou para derrubar os vetos de Lula (PT) ao projeto de lei que trata da produção de energia eólica em alto-mar. Na realidade, o parlamentar mineiro foi um dos poucos da oposição que votaram a favor do governo.
Peças com a desinformação somam milhares de compartilhamentos no Facebook e de curtidas no Instagram e no TikTok.
HIPOCRISIA PARLAMENTAR 👀 O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), famoso por discursos inflamados nas redes sociais, provou mais uma vez que, na prática, sua prioridade não é exatamente defender “o povo”. Votou pela derrubada do veto que protegia os brasileiros de um novo aumento nas tarifas de energia elétrica — e, claro, a reação foi imediata. Acuado, tentou se justificar, mas não convenceu nem parte de sua própria base.

Publicações que viralizaram nas redes estão mentindo sobre o voto de Nikolas Ferreira na sessão do Congresso que derrubou os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Marco Regulatório de Energia Offshore (lei nº 15.097/2025).
Propagada por perfis de esquerda, a desinformação ataca o parlamentar mineiro alegando que ele teria votado contra os vetos, posição que pode resultar em aumento na conta de luz para os consumidores. Na última terça-feira (17), porém, Ferreira havia sido um dos únicos deputados da oposição que votaram por manter os vetos de Lula, que acabaram derrubados pelo Congresso.
Algumas publicações enganosas estão afirmando que Nikolas, após a repercussão negativa da derrubada do veto, teria alegado “erro” no preenchimento da cédula para se afastar da responsabilidade por um eventual aumento da conta de luz.
Não há registro que o deputado tenha atribuído a erro seu voto no projeto das eólicas. No dia da votação, porém, o parlamentar apresentou essa justificativa para explicar outro voto favorável ao governo: na análise dos vetos a uma proposta que tratava da concessão de pensão para vítimas do vírus da zika.
No caso da luz, Ferreira fez um vídeo dizendo que votou a favor do governo por “coerência”, o que seria um sinal de “maturidade”.
Ao sancionar a lei, Lula havia vetado uma série de artigos do texto — acrescentados no projeto por parlamentares — que favoreciam empresas do setor elétrico, como a obrigação de contratação de leilão de usinas térmicas a gás mesmo sem necessidade. O Congresso, porém, votou por manter o texto original.
Com a derrubada dos vetos e a volta dos “jabutis”, o governo estima um acréscimo de R$ 35,1 bilhões por ano na tarifa de energia, o que pode gerar repasses aos consumidores e, com isso, elevar a conta de luz.
O caminho da apuração
Aos Fatos consultou o placar da votação no site do Congresso Nacional e verificou as declarações do deputado nas suas redes.