🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2021. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Não há evidências de que plasma equino cure a Covid-19; soro ainda não foi testado em humanos

Por Marco Faustino

8 de janeiro de 2021, 17h46

Não é verdade que um soro à base de plasma equino desenvolvido pelo Instituto Vital Brazil apresentou 100% de eficácia contra o novo coronavírus, conforme apontam postagens nas redes (veja aqui). Apesar de promissor, até o momento o soro não foi testado em humanos, apenas in vitro.

A peça de desinformação acompanha uma reportagem antiga da GloboNews, de agosto de 2020, como se fosse recente. Nela, não é mencionada eficácia de 100% ou que a substância seria a cura da Covid-19.

Esta peça de desinformação reunia centenas de compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (8) e foi marcada com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (entenda como funciona).


Viva!! Até que enfim uma boa notícia, o Instituto Vital Brazil achou a cura da Covid, em seu estágio inicial, com tratamento a base de plasma eqüino, que produz anticorpos 100 vezes mais potentes do que o humano, eficácia de 100% na cura, parabéns, Brasil.

É falso que um soro testado no Instituto Vital Brazil apresentou 100% de eficácia para curar a Covid-19 em seres humanos. Embora o instituto esteja desenvolvendo um soro à base de plasma de cavalos como possível tratamento para a doença, ainda não foram realizados testes em humanos, apenas in vitro — um dos níveis mais básicos de pesquisas do tipo.

Em nota enviada ao Aos Fatos, o Instituto Vital Brazil esclareceu que a pesquisa teve início em maio, na Fazenda Vital Brazil, em Cachoeiras de Macacu (RJ), quando cavalos foram inoculados com a proteína S recombinante do coronavírus, produzida na Coppe/UFRJ. Após sete semanas, segundo o órgão, os plasmas de quatro dos cinco animais inoculados apresentaram de 20 a 100 vezes mais anticorpos contra o vírus do que os de pessoas que tiveram a Covid-19.

“O soro do Instituto Vital Brazil passou por testes in vitro, ou seja, em laboratório, que comprovaram que o medicamento bloqueou a ação do vírus”, diz um trecho da nota. A entidade disse ainda que agora está delineando os protocolos com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa para o início dos testes clínicos em voluntários. A testagem inicialmente deve ser feita com 41 pessoas.

Argentina. Segundo o La Nación, a Anmat, agência reguladora de medicamentos da Argentina, aprovou no dia 22 de dezembro de 2020, o uso de um soro equino hiperimune desenvolvido pela empresa de biotecnologia Inmunova, para pacientes adultos com quadros moderados a graves de Covid-19.

O ensaio clínico que permitiu obter essa aprovação avaliou a segurança e eficácia em 242 pacientes hospitalizados com pneumonia moderada (sem necessidade de suplementação de oxigênio) a grave (com oxigênio) por SARS-CoV-2 confirmada por exame PCR (121 pessoas receberam o soro e 121, um placebo).

Os resultados mostraram benefícios significativos especialmente em pacientes com sintomas mais graves: “Redução de 45% na mortalidade, 24% em necessidade de encaminhamento para unidade de terapia intensiva e 36% em uso de ventilação mecânica”, destacou o infectologista Gustavo Lopardo, que conduziu o ensaio clínico e foi diretor do projeto no país.

Referências:

1. Facebook
2. La Nación


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Esta reportagem foi publicada de acordo com a metodologia anterior do Aos Fatos.

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